sábado, 18 de abril de 2009

O LAVA-PÉS

O lava-pés
Lições maravilhosas podemos extrair da passagem de Jo 13. Jesus declara todo o seu amor dizendo que ama seus discípulos e que os "ama até o fim". Uma tradução mais correta seria que os "amou até o extremo", não deixando uma porção sequer, por mais ínfima que pudesse ser, ser alvo desse seu amor. Um amor extremado e levado às últimas conseqüências. Um amor extremado em que o que mais importa é amar, a despeito de não ser correspondido. Um amor extremado que, até no último momento, se preocupa em honrar, aquele que já o vinha traindo. Esse amor extremado que se despoja de sua "vestimenta de cima", abrindo mão de sua divindade e lançando mão à toalha, símbolo de servidão, do ser humano, do ser igual sem perder sua essência. Amor extremado que cura as feridas daqueles pés cansados e empoeirados com as mazelas desse mundo. Amor extremado que aponta para a cuz. Amor extremado que aponta para o novo mandamento:"Que vos ameis uns aos outros assim como eu vos amei". Emir Tavares
NO FUNDO DO POÇO
Aproxima-se o meio-dia. O sol está escaldante. Jesus está indo em direção daquela mulher samaritana. Todo dia ela faz aquele trabalho estafante e tediante que é o de pegar água naquele poço de Sicar que, curiosamente, significa "algo está entupido". Entupida, seca, estéril, está a natureza humana ávida por sorver da água da vida. Jesus lhe pede água, justamente a ela, uma mulher samaritana que não se dá com o povo judeu. Preconceito que parte justamente dela. Jesus passa por cima de todo tabu, de toda regra imposta pelo homem e conversa com aquela mulher que, aos poucos, vai tendo a revelação de quem é o seu interlocutor. Percebe que não se trata de alguém comum e sim de alguém que pode não apenas dessedentar sua sede mas fazer com que dentro dela jorre uma fonte de vida eterna. Quer falar com os seus acerca dessa boa nova. Deixa para trás o seu cântaro do dia-a-dia, símbolo de uma velha natureza. Não precisa mais dele.
Emir Tavares

A TAL DA AMIZADE

AMIZADE
O VALOR DE UMA AMIZADE
Procurei muito, longos caminhos percorri.
E quanto mais eu me questionava mais eu me distanciava dessa Tal da amizade.
Confuso e aturdido fiquei, pois eu sempre ouvi dizer acerca dessa Tal da amizade.
E no meio desse caos existencial que em mim se instalou eu comecei a aprender algo sobre essa Tal da amizade.
Fiz o caminho de volta. Penoso, confesso. Mas só então meus olhos se abriram e meu coração bateu mais forte.
Passei a procurar não mais essa Tal da amizade.
Passei a amar o valor de uma Verdadeira amizade. Não preciso me distanciar; muito menos me questionar.
Ao fazer o caminho de volta, ao me aproximar dessa minha natureza, aceitando-me como sou, descobri que tinha e era amado por tanta gente. Não precisava ir longe.
Eles sempre estiveram perto. Muito perto! Desisti, então, de procurar amigos. Nada disso faz mais sentido.
Descobri que, acima de tudo, preciso ser eu, O amigo.
Emir Tavares

sábado, 11 de abril de 2009

VERDADEIRA RESSURREIÇÃO

Fico pensando na Ressurreição e, ao mesmo tempo, no que isso signica na prática; o que ela representa para cada um de nós. Se para nós a Ressurreição do Senhor está limitada a um túmulo vazio e frio, ou limitada apenas pelo fato do registro em que foi visto por mais de quinhentas pessoas de uma só vez, precisamos rever nossa fé. Digo isto, pois nesse caso seremos "o mais infelizes dos homens" pois estamos vivendo uma fé rala sem eco na vida prática. Evidentemente que nossa esperança reside no fato que Jesus ressuscitou e, um dia, seremos ressuscitados em um novo corpo que semeiava imundícia e colherá um corpo incorruptível.
Mas, e o resultado prático dessa "ressurreição? Até o dia do juízo vamos ficar de mãos atadas, onde a quatro segundos morre uma criança de fome nesse planeta? E onde fica a ressurreição interior da nova criatura? A cada dia que passa as pessoas estão ficando cada vez mais voltadas para si mesmas, para os seus próprios interesses. Tem que haver um renovo interior a cada momento, e não acharmos que o sofrimento; a apostasia, o mal que grassa cada dia vez mais virulento, o egoísmo, a altivez e a arrogância, são "trade mark" dos últimos dias. Isso é alienação espiritual, ou comodismo mesmo. Quem já ressuscitou coloca a mão no arado sem olhar para trás, se preocupa em fazer o bem sem olhar as circunstâncias, se o alvo de sua benesse é "merecedor" ou não. Há pouco tempo assisti a uma reportagem acerca da qualidade de vida das três cidades mais carentes do Brasil. A água chegava em carro pipa e não dava para todos, que tinham que voltar para casa com seus galões vazios. Na próxima semana quem sabe... Eu sei que na próxima semana muitas crianças poderão ter morrido, ou terem contraído mais doenças. Fiquei estarrecido com a minha própria inércia. Que cada um faça sua própria análise de consciência.
O nosso Senhor faz menção ao fato de atendermos ou não a quem tem fome; tem sede - e não só de água, mas também de justiça -, visitação aos doentes em hospitais, dentre outras. Quem assim o faz, faz para Ele. Quem assim não o faz, não o faz para Ele. Também.
Que não ouçamos:"Nunca te conheci". Afinal, somos "novas criaturas" não é mesmo?
Pr Emir Tavares