sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

PROCURO ARREPENDIMENTO E NÃO ENCONTRO


 "Se confessares vossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça"I João 1:9
"Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia" Sl 32:3

Vivemos a era do silêncio. Uma nova era do silêncio, é claro. Era pós-moderna. E não me refiro ao silêncio imposto por qualquer autoridade -civil, militar, eclesiástica- ou ao imposto fruto de uma relação mal-sucedida.
Refiro-me ao silêncio que corrói até a alma, secam os ossos e tiram o frescor da vida.
Pessoas em seus melhores trajes dirigem-se às igrejas como esfarrapados e desvalidos. Melhores trajes não conseguem esconder aquele olhar fugidio, sem brilho, sem cor.
São dizimistas fiéis, participam de todas as campanhas, têm até cargos na igreja.
Mas qual a razão do envelhecimento abrupto e precoce dos ossos? Osteoporose espiritual causada pela incorporação e banalização do arrependimento do pecado.
O pecado jáz à porta e fez dela sua morada. Entrou, com todas as honras de um chefe de estado, e montou seu ministério particular: homens de sua confiança e de total descrédito na praça.
As pessoas pecam, pedem perdão e tornam a pecar. O pedido de perdão virou algo mecânico, fruto de mentes doentias. Doentes por brincarem tanto com Deus. Não há uma confissão sincera e sim uma procura - mesmo que inconsciente - para cauterizar cosciências. "Eu vou dar uma oferta especial essa noite e tudo fica bem. Afinal de contas, Deus me conhece e sabe das minhas fraquezas". Arrependimento "plastificado" onde tudo é descartável. Insensibilidade à flor da pele. Quem peca é sempre o outro. EU? JAMAIS!
Deus sabe das nossas fraquezas e tendências para a carne. Tendências para a morte. Aconselho-te, com urgência, que pares para pensar onde e como caiu. Ao menos pare e pense. Permita que o Espírito Santo invada todo seu ser. Lance fora  todas as resistências, todos os mas; todavia; contudo, portanto dessa vida de conjunções adversativas. Reconheça seu estado deplorável: "cego, pobre e nú". Esse é o primeiro passo para um arrependimento saudável e que gera frutos de vida, de alegria. De uma vida aos pés do Senhor.
Como um aríete repila os ataques do inimigo. Você é uma nova criatura, lavada pelo sangue do Cordeiro.
O Cordeiro que nos trouxe a Paz.
Que lindo irmão! Você agora tem uma real ojeriza ao pecado, mesmo sendo pecador.
Com carinho;
Rev Emir Tavares

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

LIDERANÇA LOUCA E DESPREPARADA


Líderes Loucos e despreparados



II TIMÓTEO 3


1 Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos;

2 pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios,

3 sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem,

4 traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,

5 tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta-te também desses.


ESTAMOS VIVENDO OS ÚLTIMOS DIAS E, DISSO, NÃO TEMOS DÚVIDA ALGUMA. INFELIZMENTE ESSES MALES E CORRUPÇÕES HÁ MUITO INVADIRAM NOSSAS IGREJAS DITAS EVANGÉLICAS. VEMOS, POR CONSEQUÊNCIA, UM POVO INFELIZ E DESCRENTE DE TUDO.

ISSO É O REFLEXO DA GERAÇÃO “TROCA-TROCA”. PRODUTO DAQUILO QUE É INCULCADO NOS FIÉIS NEÓFITOS E SEDENTOS POR ENCONTRAR A RAZÃO DA SUA PRÓPRIA EXISTÊNCIA. SÃO PRESAS FÁCEIS PARA HOMENS INESCRUPULOSOS E ARROGANTES QUE SE JULGAM ‘ILUMINADOS’ E PORTADORES DE UMA MENSAGEM DIFERENTE QUE MUDARÁ A VIDA DESSAS PESSOAS.

TUDO COMEÇA, É CLARO, DE UMA MANEIRA INOCENTE.

PESOAS PASSANDO POR SÉRIAS CRISES EXISTENCIAS NESSE MUNDO CAOTICO ADENTRAM POR AQUELA PORTA QUE PARECE SER SEU PORTO SEGURO.

NO COMEÇO VAI TUDO BEM: SENTA NO BANCO; ESCUTA AQUELE LOUVOR QUE NUNCA ACABA (MANTRA GOSPEL) – QUE DÁ UMA SENSAÇÃO DE BEM-ESTAR POR ATINGIR EM CHEIO ÀS EMOÇÕES, GERALMENTE COM GRITOS DE GUERRA -; DEPOIS VEM AQUILO QUE CHAMAM DE PREGAÇÃO. GERALMENTE MUITO CURTA, POIS NÃO TÊM O QUE OFERECER E TOTALMENTE FORA DO CONTEXTO.

ESSES PRETENSOS PREGADORES USAM DE ARDIS QUE LEVAM AS PESSOAS A UM SENTIMENTO DE CULPA, POIS CASO NÃO OBEDEÇAM A VISÃO DO SEU LÍDER. SÃO CHAMADOS DE REBELDES E VÃO ARDER NO INFERNO.

O PROBLEMA COMEÇA QUANDO A PESSOA, DE BOA FÉ, LEVANTA DO BANCO E PASSA A SER PROMOVIDO A OBREIRO. AÍ, SEM PERCEBER E AOS POUCOS, VAI FAZENDO PARTE DE UMA MÁQUINA ONDE O FOCO É VOLTADO PARA O HOMEM. NADA NEM NINGUÉM PODEM CONTRARIAR O UNGIDO DE DEUS. PROJETOS MEGALOMANÍACOS LEVAM O POVO À FALÊNCIA MATERIAL E ESPIRITUAL. POR CONTA DISSO CASAMENTOS SÃO DESFEITOS. FIÉS SÃO OBRIGADOS A DAR O QUE NÃO TÊM EM PROL DO REINO DE DEUS. PURA FALÁCIA. DE PÚLPITO O LÍDER LANÇA UM OBREIRO CONTRA OUTRO, ACIRRANDO A DISPUTA E LEVANDO MAL-ESTAR PARA TODA CONGREGAÇÃO.

MUITOS LARGAM SEUS EMPREGOS PARA TRABALHAREM EM ENTIDADES LIGADAS À IGREJA, GANHANDO TRÊS VEZES MENOS (fato verídico e de fácil comprovação).

ISSO VAI INFLUIR NA RENDA FAMILIAR DO CASAL QUE PASSA A VER COM OUTROS OLHOS AQUELE QUE DEVERIA SER O PRIMEIRO A ORIENTÁ-LOS.

MACHUCADOS, FERIDOS POR UM ABUSO ESPIRITUAL E TEOLÓGICO, ESSAS PESSOAS ESTÃO PROPENSAS A NÃO QUERER SABER MAIS DE IGREJA, APESAR DE NÃO PERDEREM A FÉ EM DEUS.

JÁ EXISTEM COMUNIDADES (poucas, é verdade) QUE ESTÃO VOLTADAS PARA TRABALHAREM JUNTO Á ESSAS PESSOAS.

O TRATAMENTO É TANTO PARA AS VÍTIMAS COMO PARA SEUS ALGOZES, QUE UM DIA SEMPRE CAEM EM RUÍNA E DESCRÉDITO E JÁ NÃO POSSUEM MAIS A CREDENCIAL DE UM SEMIDEUS.

OLHEMOS COM CARINHO E TEMOR PARA ESSE TIPO DE CASO QUE PROLIFERA A OLHOS VISTOS. NÃO SEJAMOS CÚMPLICES DESSES LÍDERES QUE CARECEM DE AMOR E QUE, NA MAIORIA DAS VEZES, SE ACHAM REALMENTE PORTA-VOZES DO SENHOR.
É BOM DEIXAR BEM CLARO QUE ESSE FENÔMENO ACONTECE EM QUALQUER SITUAÇÃO ONDE HOUVER LÍDERES E LIDERADOS.

JAMAIS VAMOS NOS ESQUECER QUE O EVANGELHO É SIMPLES E QUE REQUER DE NÓS APENAS O AMOR. O AMOR.

Rev Emir Tavares

terça-feira, 23 de novembro de 2010

ACOMODAÇÃO: UM CAMINHO PARA IDOLATRIA

"Pelo que o rei, tendo tomado conselhos, fez dois bezerros de  ouro;  e disse ao povo:Basta de subirdes a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito!" (1Reis  12:28) "Na versão corrigida encontramos: "Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém..."Temos que estar atentos às vozes que, de maneira sistemática e  à serviço das trevas, não cansam de nos fazer tal convite. Não foi à toa que houve a divisão do Reino. Uma monarquia tão sonhada, mas que não estava nos planos de  Deus.Causa da divisão do reino: A idololatria de Salomão foi preponderante, mas houve outros fatores a saber:- Luta pelo poder entre as três tribos: 1-Judá, de onde vem a casa de Davi, tinha o monopólio religioso (1 Sm 17.25 c/2 Sm 7.16).2-Benjamin, de onde vem Saul(detinha o monopólio da Pecuária. Os sacrifícios de animais tinham que passar por suas mãos (Ler 1 Sm 11)3- Efraim/Manassés: se achavam com direitos, pois substituíram a José, por serem netos de Jacó, na composição das 12 tribos.Jeroboão I, era efraimita.Voltando ao texto em questão, vemos que Jeroboão era um profundo conhecedor da alma daquele povo, sabia das suas inclinações, sabia acerca daquilo que eles queriam ouvir.De uma maneira incrível, repete-se o episódio do Bezerro de ouro no deserto. É impressionante como a história da natureza do homem é cíclica, como ela se repete.Por que Jeroboão escolheu Dã e Betel? Ler caps 17 e 18 do livro de Juízes, em especial 18:14. Os danitas - moradores de Dã - , já tinham a tendência de abandonar seu próprio território designado por eles,estabeleceram seu próprio santuário, roubaram a propriedade dos outros e elegeram seus próprios sacerdotes. Em suma; um povo "independente" bem propício aos aos planos de Jeroboão.E por que Betel? Betel estava na rota que conduzia à Jerusalém e nada melhor do que desviar aquele povo que para o Templo se dirigia:" Afinal de contas aqui  temos o mesmo Deus, sem necessidade de tanto sacrifício, tanto cansaço para subir tão alto. Adorem aqui mesmo, pois é a mesma coisa". Mesmo sendo duramente advertido como relata 1 Reis 13, Jeroboão não deixou demover-se de sua loucura.Como resultado disso, o reino do norte durou 209 anos, sempre instável, idólatra e com um fim terrível pelos assírios em 722 a.C.Esse reino começou mal e terminou pior ainda.Tenha um ouvido seletivo e abençoado pelo Senhor.E aí vamos ao culto essa noite?Sem bezerros de ouro, é claro...Rev Emir Tavares

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

FIRME NO TERMINAL


"Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco" 1 Ts 5:18
Assistindo pela terceira vez ao magnífico filme - baseado em fatos reais - O terminal, tendo como protagonista o ator Tom Hanks, comecei a dar tratos à bola.
A história começa quando o Sr Navorski, interpretado por Hanks, fica preso no terminal no aeroporto de Washington porque seu país, a Krakozhia, havia acabado de tomar um golpe militar e o novo governo não tinha ainda sido reconhecido e, assim sendo, o Sr Navorski era "um cidadão de lugar nenhum", segundo as palavras do diretor do aeroporto. Começa assim a saga do Sr Navorski que, sem reclamar nem murmurar, ia diariamente ao guichê para para pegar o visto do seu passaporte e entrar em solo americano, no que era sempre negado.
O nosso herói não assume uma postura de suplicante ou de coitadinho. Já que não queriam ajudá-lo, ele passa a  ajudar a todas as pessoas que lá trabalhavam. Com seu desprendimento foi ganhando a simpatia de todos, conseguindo até um emprego - inacreditável - como pintor de paredes. Tudo que fazia com amor fazia, dando o seu melhor, a sua excelência. A situação chegou a tal ponto que o diretor do aeroporto - que não conseguia demovê-lo da idéia de querer entrar no "país das oportunidades para todos", resolve dar um "jeitinho".  O diretor lhe propõe uma saída política: é só dizer que tem medo de voltar para Krakozhia que fica tudo arranjado. Só que o Sr Navorski era um homem de caráter e de princípios e rejeita tal proposta.
Caráter e princípios são formados ao longo de uma vida. Caráter e princípios esses que devem reger nossas vidas.
E como fica " Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco"?
Basta um problema qualquer; um imprevisto, para que muitos fiquem alterados e dêem um péssimo testemunho. Sei que O Terminal trata-se de um filme, mas temos muita coisa prática para aprender com o Sr Navorski.
Que passemos por situações difíceis da vida, mas de forma altaneira e em tudo glorificando o nome de Deus.
Que a nossa fé em Jesus não passe por nenhuma crise existencial.
Que saibamos olhar as adversidades e  vislumbrarmos a vitória lá na frente. Que nada em nós esmoreça. Que não nos deixemos levar por soluções fáceis e duvidosas. Temos um nome a zelar.
Fora do terminal;
Rev Emir Tavares

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

JÁ NÃO AGUENTO MAIS



JÁ NÃO AGUENTO MAIS!

JÁ NÃO AGUENTO MAIS! (1 Reis 19:1-10)

Na vida, às vezes, é muito difícil tomarmos decisões, principalmente em momentos de grande tensão.
Elias estava querendo colocar um ponto final naquela situação. E a solução que encontrou foi fugir debaixo das ameaças de Jezabel.
Logo ele, que acabara de ter uma vitória retumbante sobre os profetas de Baal. Esse homem agora se deixa levar por palavras ameaçadoras de uma mulher. Esqueceu um passado recente de conquistas e, simplesmente, foge.
Caminhou cerca de um dia e foi se refugiar debaixo de um zimbro, pedindo para si a morte.
Comeu, bebeu e tornou a dormir. Estava extenuado, física e emocionalmente.
Acolhe agora a ordem do anjo do Senhor e, devidamente alimentado, não caminha apenas um dia como anteriormente, mas caminha quarenta dias e quarenta noites até Horebe.
Ás vezes se faz necessário que nos recolhamos e façamos um balanço de nossas vidas.
Até que ponto confiamos no Senhor ou em nossas próprias forças?
Só revigorados na força do Todo Poderoso podemos enfrentar o embate do dia-a-dia.
Temos que aprender a lutar contra forças poderosas, aparentemente maiores que nós.
E só podemos lutar na certeza de que nada, absolutamente nada, foge ao controle do nosso Deus. Ele está preocupado com os mínimos detalhes de nossas vidas.
A pior luta que podemos travar é quando nos sentimos sozinhos.
Aí tornamo-nos presas fáceis do sentimento altamente destrutivo de autocomiseração.
O povo de Israel, quando no deserto, passou por esse tipo de situação.
Quando não confiamos na vida e tememos a tudo e a todos, estamos compromissados com um relatório mentiroso e infiel, onde duvidamos da capacidade de Deus em atuar em prol de nossas vidas.
Alimenta-te com a Palavra, levanta, pois a jornada ainda nem começou.
Ainda tem muita coisa para você fazer.
Tenha, pois, bom ânimo!
Rev Emir Tavares

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

AS FRAQUEZAS DE JÓ


"Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal" (Jó 1:1).
O livro de Jó, o mais antigo da Bíblia, bem que poderia retratar uma história que, de tanta intensidade dramática e final surpreendente, tivesse ocorrido na terra mágica de Oz.
Para muitos teólogos da linha liberal, tal livro nunca existiu. Escrevo isso só para mostrar o quão intrincado é esse episódio. Evidentemente que acredito piamente ser um livro inspirado por Deus e que nunca se extinguirá em termos de conjecturas. Trata-se da maior epopéia individual sofrida por um ser humano em qualquer época.
Credenciais bonitas não faltavam ao "paciente" Jó: íntegro, reto, temente a Deus e que se desviava do mal.
Em outras palavras: PERFEITO. Só que o olhar bondoso e misericordioso de Deus não possui nem termos de comparação em relação ao nosso olhar. Basta olhar os "heróis" da galeria da fé, para entendermos um pouco desse amor infinito de Deus para conosco: homens pecadores sim, mas que não conseguem viver longe do Pai.
Mas por que tanta desgraça? Perde filhos; é obrigado a  conviver com amigos inconvenientes e injustos; perde bens, perde posição social? Tudo isso para dar uma satisfação à Satanás?
É claro que não. Não sei de onde tiraram tal conclusão. Se a Palavra de Deus diz em Rm 8: 28 :" Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito"; tem que haver uma explicação plausível para tudo isso e que vá concorrer para o bem de Jó, um homem com todas aquelas credenciais. Mas o que podemos é, ao menos, tentar obter uma resposta.
Lancemos mãos de nossas "lupas espirituais" e, juntos, vamos esquadrinhando cada capítulo desse magnífico livro. Acho que encontramos algo depois de uma acurada pesquisa. Com nossas lupas nos detemos em um capítulo inteiro, meus queridos. Chegamos ao capítulo de número 29 (vinte e nove).
E o que observamos? Jó se refere aos tempos em que era feliz; quando a lâmpada do Senhor resplandecia sobre sua cabeça(v 2); como era reverenciado quando chegava na praça da Cidade e os moços se retiravam e os idosos se levantavam e se punham de pé (v 8). O restante do capítulo é um misto de saudosismo e auto-exaltação.  Seria conveniente a Jó auferir a si próprio tantas qualidades? Por acaso não é considerado vitupério quem a si mesmo louva? É sensato atrairmos para nós honra e glória?
Bem...Tudo são interrogações, mas que merecem nossa atenção. Talvez Jó precisasse desviar o olhar de si mesmo e se projetar mais para fora do seu "eu" existencial que precisava de tanto alimento das mãos do homem.
No começo nos referimos aos inconvenientes e injustos amigos de Jó. Mas foram exatamente eles a razão do seu escape. Leiamos Jó 42:10 "Mudou o Senhor a sorte [ou o cativeiro] de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra".
Prefiro a expressão "cativeiro", pois ela retrata melhor o que vinha se passando na vida de Jó.
Não bastava se preocupar e oferecer sacrifícios em favor de seus filhos beberrões. Existiam outras pessoas mais próximas - próximas no sentido de necessidades - que precisavam da sua intercessão. Aqueles seus amigos de longa jornada, com visões diferentes da vida,  precisavam também estabelecer uma comunhão sincera com Deus, compreender o amor de Deus para com toda humanidade.
É meus queridos... Como já disse o livro de Jó é denso e carece de um olhar e coração mais compassivo e tolerante, pois trata-se  acima de tudo acerca do sofrimento humano. Do meu, do seu, do nosso sofrimento, na certeza de que o Senhor jamais nos desamparará e nos deixará sem respostas.
Asssim como Jó, que o Senhor aceite nossa intercessão em favor de muitos para que não sejam tratados mediante sua loucura e insensatez.
Com um coração intercessor;
Rev Emir Tavares

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

NÃO PERMITA QUE TE SOTERREM



"Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim,
esse será salvo" (Mt 10:22).

Algumas vezes nós nos sentimos como se estivéssemos no fundo do poço e, de quebra, ainda temos a impressão de que estão tentando nos soterrar para sempre.

É como se o mundo jogasse sobre nós a terra da incompreensão, da falta de oportunidade, da desvalorização, do desprezo e da indiferença.


Afinal, se nos permitimos chegar ao fundo do poço, só nos restam duas opções: ou nos servimos dele como ponto de apoio para o impulso que nos levará ao topo, ou nos deixamos ficar ali até que a morte nos encontre.

É importante que, se estamos nos percebendo soterrar, sacudamos a terra e a aproveitemos para subir.

Ademais, em todas as situações difíceis que enfrentamos na vida, temos o apoio incondicional de Deus, nosso Pai celestial, do qual podemos nos aproximar através da oração.

E a oração é uma poderosa alavanca de que podemos lançar mão a qualquer momento e em qualquer lugar.



Jesus nos recomendou oração e vigilância. Temos que aprender a tirar proveito de qualquer situação. Não se permita ser manipulado, oprimido, soterrado em seus sonhos e desejos.

A vigilância constante pode nos poupar de muitos dissabores, pois quem está atento facilmente percebe a investida de sentimentos perigosos que podem nos infelicitar.

É a chegada silenciosa de uma desilusão, da inveja, do orgulho, da soberba, da solidão e de outros tantos detritos que pesam em nossa economia moral e tendem a nos levar para o abismo.

A oração é recurso precioso que nos permite as forças necessárias para resistir a todas as investidas menos felizes.

Por isso, vale a pena meditar sobre os sábios conselhos de Jesus Cristo, pois eles  são a resposta para que levemos uma vida plena e feliz nessa terra.

"Viva e seja feliz". Com Jesus. Sempre.
 
ESPECIAL:



Nosso Lar


de R$ 25,00
por R$ 22,00

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

FAÇA TUDO COM DEDICAÇÃO


FAÇA TUDO COM DEDICAÇÃO
"A mão diligente dominará, mas a remissa será sujeita a trabalhos forçados" (Pv 12:24).

Venho assistindo a um documentário em que executivos de megas empresas nos EUA vem desenvolvendo um trabalho muito interessante: passando-se por funcionários recém-contratados do grupo, eles visitam várias empresas com o objetivo de ter um contato maior com suas filiais.
O resultado tem sido surpreende. Cada executivo desempenha diversas tarefas em "seu primeiro dia de trabalho", tais como: limpar fossas, trabalhar no caminhão do lixo fazendo coletas e, assim, avaliar melhor a performance dos gerentes locais e funcionários.
Eles constataram , num misto de alegria e surpresa, que os funcionários iam muito além do esperado, alguns, inclusive, acumulando funções que lhes sobrecarregavam demais na sua jornada diária. Mas tudo sem nenhuma murmuração ou insatisfação. Outro detalhe que chamou a atenção foi o desprendimento dos funcionários que faziam de tudo para ajudar a comunidade local que, por tudo isso, amava aqueles dedicados funcionários.
Um dos executivos - fingindo sempre ser um novo funcionário - foi testemunha de uma manifestação de carinho de uma moça com deficiência mental que fez questão de recitar um poema em homenagem a uma das gerentes locais e deixando bem claro que foi ela quem escreveu tudo aquilo.
Um outro funcionário, muito bem humorado por sinal, confidenciou ao "novo funcionário" que era muito grato a empresa onde trabalhava, pois quando veio como imigrante de um outro país só tinha cinquenta dólares no bolso. Mesmo trabalhando de segunda a sexta ininterruptamente e sem ver a esposa, ele encarou o lado positivo da sua vida: ele tinha todo sábado e domingo para namorar e matar a saudades com sua esposa numa lua-de-mel sem fim.
Muitas experiências semelhantes a essas aconteceram, trazendo muitas mudanças e uma melhor condição de trabalho com melhores salários e melhores condições de vida de um modo geral.
Ou seja, apesar das dificuldades, eles sempre conseguiam ver o lado bom de toda e qualquer situação.

E como se aplica, principalmente em nossas igrejas, o que diz em: "A mão diligente dominará, mas a remissa será sujeita a trabalhos forçados" (Pv 12:24)?
Não consigo ver, infelizmente, a mesma diligência. Por que será que para o serviço do Senhor, na grande maioria das vezes, tudo é feito na base da improvisação, sem amor e comprometimento?
Quando alguém é indagado responde com o velho e desgastado chavão: "O Senhor entende". Será que entende mesmo? É que o Senhor é um patrão bonzinho e aceita qualquer coisa? Não. Mil vezes, não.
Canso de ver serviços de som totalmente desajustados e se escusam, colocando a culpa no diabo que quer atrapalhar a obra do Senhor. E tudo é feito para a "honra e glória do Senhor". Mas que honra e glória são essas? No trabalho dito secular seriam sumariamente demitidos. Desde o Antigo Testamento e permeando todo o Novo, o princípio permanece: "Não se apresente ao Senhor de qualquer maneira".
Gratidão, amor e temor deveriam ser incorporados ao dicionário evangélico.
Nisso também estamos sendo observados e vamos prestar contas.
Se, porventura, uma alma sequer leu esse post divulgue e aplique em suas vidas e na vida de suas igrejas.
Muito diligente - espero -, no Senhor:
Rev Emir Tavares

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

TEM CERTEZA QUE PODE ENTRAR?



"Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente" (Sl 24:3-4).
A arca está sendo trazida de volta à Jerusalém e Davi compõe esse lindo salmo, ensinando aos futuros adoradores  o que vem a ser uma sincera adoração.
A resposta vem no verso 4 e fala sobre limpeza de mãos. Mão representa poder e autoridade e não pode estar contaminada com as coisas desse mundo. Com as mãos pegamos objetos e tocamos em pessoas, abençoado-as - em nome do Senhor - ou atraindo maldições sobre as nossas próprias vidas.
Já o puro de coração se refere a integridade de caráter, aquele que não possui motivos escusos em seus atos e não tem do que se envergonhar.
Nesse mundo tão conturbado dos dias atuais é muito raro alguém não entregar sua alma à falsidade. Num mundo de ilusões em que o ter se sobrepõe ao ser; amizades plásticas são efêmeras e voltadas para interesses comuns e nada altruístas; onde, para poder sobreviver, as pessoas são obrigadas a se violentar; fica difícil a con-vivência nesse mundo hostil.
A cada instante somos bombardeados com notícias das mais diversas: guerras sangrentas nos são mostradas diariamente e fazendo parte do nosso dia-a-dia; a mídia nos apresenta as mais diversas formas de como se adquirir diversos bens de consumo; a indústria do entretenimento não cessa de nos convidar a adentrar em "mundos" tão estranhos aos nossos códigos de conduta pautados na palavra do Senhor.
Prostituição, morte, injustiças, a busca a qualquer preço do prazer, aquisição de bens cada vez mais sofisticados, desfiles de vaidades onde pessoas se queimam em suas próprias fogueiras; a relativização do certo e do errado;  tudo isso tem como resultado uma sociedade cada vez mais insensível, onde não há mais lugar para a prática da justiça, acarretando mais opressão e falta de oportunidades para os menos favorecidos.
E a igreja como se comporta diante desse quadro?
Como estamos entrando em nossas igrejas? Como estão nossas mãos? E nossas mãos? Quais os desejos de nossas almas? Como está o nosso senso de justiça? Fazemos parte de esqueminhas previamente traçados?
Que possamos desejar e buscar ardentemente a limpeza de nossas mãos, a pureza de nossas corações "não nos conformando com as práticas desse mundo".
Que adentremos com hinos celestiais e cânticos novos, levantando nossas cabeças, como quem não se dobra   à prática da injustiça e nem jura dolosamente, e que possamos levar em triunfo e todos juntos a arca do Senhor até o santuário como representação viva do Rei da Glória em nossas vidas.

Com você nessa procissão em direção ao altar;
Rev Emir Tavares

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

CARTA À MAIORIA DA IGREJAS



"Quisera que a Graça de Jesus; O amor de Deus Pai e as Doces consolações do Espírito Santo, habitassem profusamente em vós".


Tenho observado o labor incessante da maioria das igrejas evangélicas, notadamente as do Brasil:
A sua luta em colocar as obras da Lei em evidência;
Sua luta em criar templos cada vez mais suntuosos em mármore fino e granito;
Seu labor intrépido para encher os templos com campanhas e mais campanhas;
Subidas e descidas dos montes para jejuar e orar tal qual nos tempos antigos;
Relatos de curas milagrosas em diversas igrejas;
"Culmícios" lotando diversos estádios com cantores e pregadores famosos;
O culto à lideranças empenhadas em cuidar  de seus rebanhos;
A busca pelo reconhecimento popular de suas bandeiras;
A maneira como tratam os fiéis que, desesperados, vão em busca de um refrigério;
Suas mensagens carregadas de um triunfalismo e prosperidade sem iguais;
Na verdade, muitas outras coisas poderiam ser acrescentadas...

Mas tenho uma pequenina coisa contra a maioria de vós;
É que tudo que fazeis não passa de um lixo.
O homem vem tomando o lugar de Deus. Vidas estão sendo destroçadas por um evangelho ufanista e inconsequente. Almas com corações destroçados vão se distanciando cada vez mais para o abismo.
Promessas que Deus nunca prometeu, são proferidas de púlpitos que destilam veneno e morte.
A permissividade e concessões são cada vez mais frequentes, levando a perda do temor divino.
Manipulações e abusos espirituais são frequentes em vosso meio.
Na verdade, muitas outras coisas poderiam ser acrescentadas...

Mas ainda resta uma esperança:
Arrependei-vos e vossos pecados serão perdoados. Valorizem o sacrifício de Jesus na cruz. Tenham uma vida de santidade e não se apartem jamais da sã doutrina. Que se humilhem a fim de que o Senhor seja exaltado em suas vidas pelos séculos dos séculos. Que sejam lembrados pela prática das boas obras.
Que em tudo, por tudo e para tudo, o nome de Jesus seja glorificado com a glória devida a seu nome.
Amén.

Autoria: Todo aquele que, de coração reto, professa o nome do Senhor.

Com carinho e esperando as bodas do Cordeiro;
Rev Emir Tavares









sábado, 18 de setembro de 2010

A MUDANÇA NO SILÊNCIO


..."ficando ele só; e lutava com ele um homem até ao romper do dia"...(Gn 32:24)

Nós vemos que a luta de Jacó se inicia ainda no ventre de sua mãe, onde contendia com seu irmão. Foi uma vida marcada por lutas. O nome Jacó é descrito como "usurpador", "suplantador" e "enganador". Só que existe também um outro significado: "aquele que segura o calcanhar", ou seja, aquele que luta.
Uma luta que marcou toda sua vida. Uma vida atrás das bênçãos do Senhor, agindo sempre à sua maneira e, nem sempre, de uma maneira muito elogiável. Usurpou de seu irmão Esaú a bênção da primogenitura. Essa bênção era importante para o homem pois lhe dava o direito de receber em dobro sua parte na herança e a primazia nos serviços de ordem religiosa, sem falar no fato de que seu nome seria sempre lembrado na árvore genealógica em primeiro plano. Usurpou e teve que fugir para escapar da morte. De igual modo aconteceu com Labão, pois Jacó enriqueceu de tal maneira que causou a inveja e perseguição de Labão, motivada pelos seus filhos. Labão o enganou diversas vezes, mas não pode lhe causar nenhum dano físico, pois o Senhor o protegia de todo mal. É como eu sempre digo: Para cada Jacó existe um Labão. Jacó - sempre caseiro - foge agora de Labão. Isso se dá com todo aquele que quer ganhar o favor divino usando seus próprios meios. Deus jamais deixou de abençoar Jacó, mas estava lhe passando um aprendizado de vida.
Após idas e vindas Jacó se depara com uma situação que não dependia mais de suas forças. Estava para se encontrar com seu irmão enfurecido e com ele quatrocentos homens. Jacó teve medo e se perturbou. Ainda movido pelo seu Jacó existencial traça um plano - que incluía presentes ao seu irmão -, e ora ao Senhor que confirma sua promessa para com ele e para com sua descendência. Bem. Agora tenho que seguir em frente pensa Jacó. Existe um ribeiro chamado Jaboque que precisa ser ultrapassado.
Algo de maravilhoso acontece agora. Jacó que prezava tanto as coisas materiais, as riquezas desse mundo, manda que todos e tudo que possuía seguisse primeiro em frente e fica "só". Há um total desprendimento. Fica só consigo mesmo e nesse estado de silêncio o Jesus pré-encarnado aparece e "luta" com ele. Só que agora é uma "luta" diferente. Nessa luta há o desabrochar de um novo homem com uma nova perspectiva de vida. Há confissão de pecados, súplicas, desejo de uma mudança real em sua vida. Aquele a quem inicialmente tomara por oponente não apenas o abençoa conforme seu desejo, mas pergunta por seu nome e tem como resposta: Eu me chamo Jacó o "enganador"; aquele que tem lutado a vida toda contando com minha astúcia, mas já não aguento mais. Estou aqui só e logo logo terei que prestar contas com meu irmão. Aquele homem queria ouvir essa confissão. Essa declaração de um desejo sincero de mudança. E como resultado tem seu nome mudado para Israel: "Aquele que luta com Deus", ou melhor ainda, "Aquele que luta confiando unicamente em Deus".
Que mudança grandiosa na vida de Jacó.. Agora sim estava preparado para passar para o outro lado do ribeiro de Jaboque. Agora sim estava preparado para viver uma nova vida. Para viver a vida.
O resto você sabe muito bem: seu irmão sai correndo ao seu encontro, se abraçam longamente e choram em profusão. A primeira coisa que acontece na vida de Israel é a reconciliação. De Jacó a nome de uma grande nação. Nação escolhida. Palavras proféticas agora são lançadas em sua vida. Não apenas proféticas mas, sobretudo, de vida. Vida eterna com o Senhor.

Paremos um pouco. Fiquemos à sós no ribeiro de Jaboque e ouçamos a voz do Senhor.
Em Cristo e querendo sempre mudar;
Rev Emir Tavares

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

DESISTIR? JAMAIS! (Mc 5:25 vs...)

DESISTIR? JAMAIS! (Mc 5:25 vs...)

Doze anos se esvaindo em sangue e indo de mal a pior. Tanta gente desiste por muito menos. Chantagistas, médicos sem escrúpulos, faziam parte de sua rotina. Mas isso não era o suficiente para fazê-la parar. Não era uma mulher comum. Ela sabia o que era superação. Ela sabia que Jesus haveria de passar por ali. Havia ouvido sobre sua fama. E, dessa vez, não foi um ouvir qualquer. As suas entranhas lhe diziam que agora era diferente. Ele se aproxima. Ela, sem pensar nas conseqüências, vem por trás, toca na orla dos seus vestidos. Isso faz com que de Jesus saia poder e, como num abrir e fechar de olhos, se vê livre do seu flagelo. Está limpa. Deixou de ser imunda perante os olhos daquela sociedade machista e hipócrita. Antes teve que passar por aquela multidão que a oprimia. Isso sem contar com a insensibilidade dos Seus próprios discípulos, que deveriam ser os primeiros a ajudá-la. Isso faz parte da natureza humana. Apenas uma barreira a mais. Ele pergunta quem o tocou. Queria que ela se manifestasse em público. Trêmula, confessa o que aconteceu.  Ele queria que ficasse notório o que lhe acontecera. Queria não apenas lhe curar, mas resgatar sua dignidade como ser humano, como cidadã.
Vou me apresentar agora ao sacerdote como determina a Lei; pensa a mulher. Sou uma cidadã. Tenho meus direitos de volta. Posso participar livremente da sociedade; ir ao Templo, às festas, constituir uma família. Por que não? Sou livre em Cristo Jesus. Sou livre para sempre. Aprendi que a pior prisão é o preconceito. Não apenas de quem sofre, mas, sobretudo, de quem o pratica.
Aprendamos com essa mulher que jamais desistiu de seus sonhos. Passou por cima de tudo, colocando em risco a própria vida. Não perdeu tempo em murmurar, mas gastou o que possuía de energia para alcançar seu objetivo. Não havia tempo a perder.
Não há tempo a perder meu querido(a)
Rev Emir Tavares

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A SÍNDROME DO MANÁ


..."Dar-se-á que, ao sexto dia, prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia.
Então, disse Moisés e Arão a todos os filhos de Israel : à tarde, sabereis que foi o Senhor quem vos tirou da terra do Egito.
À tarde, subiram codornizes cobriram o arraial; pela manhã, jazia o orvalho ao redor do arraial..." (Ex 16:5-6;13).

Depois de muita murmuração do povo que pensava que iria morrer de fome e ficar enterrado naquele deserto, o Senhor depois de os ter provado para que soubessem que ele é Deus e que cumpre suas promessas, manda descer do céu pela manhã como um orvalho o "break-fast" para aquele povo. Que break-fast maravilhoso e que durou quarenta anos. Cada dia tinha um sabor especial, divino, vindo diretamente dos céus. Mas isso não bastava. Queriam mais, muito mais. Então pela tardinha, através de um vento direcionado pelo Senhor, o arraial é tomado pelas codornizes. O maná dava para todo mundo e só havia uma restrição: ao sexto dia é para colherem o dobro para que ninguém o fizesse no sábado. Interessante que quem colhia muito e quem colhia pouco, para todos havia fartura. Mas, para que confiar em Deus? Vamos colher além sem cozinhar ou no forno ou em água o excedente para o dia seguinte, conforme instrução do Senhor.
O resultado é que esse maná cheirava mal e criava bichos. E não adiantava nada ir ao campo, pois no sábado não iriam encontrar nada. Isso é o fruto da desobediência: falência moral, espiritual e material.
Assim é o que acontece ao povo - de ontem e de hoje -  que não acredita na provisão do Senhor. Vai encontrar bichos podres, mal cheirosos, exatamente  na medida de sua ganância e da sua incredulidade.
Eu quero comer. Eu quero é comer mais. Eu quero. Eu quero. Eu quero. Crianças mimadas e esfaimadas. Então coma e exponha nos próprios dentes - para que todo mundo veja - a carne que exibe seu ridículo diante de Deus e dos homens.
Tem muita gente hoje em dia comendo alimento estragado e expondo nos dentes seu voraz apetite: apetite carnal, apetite dos prazeres mundanos; apetite do sexo desenfreado a qualquer custo e não importa com quem; apetite da indiferença e do desamor. É cada um por si. E nada de Deus por todos.
 Com isso os valores vão descendo ladeira abaixo. Só que lá embaixo chega-se ao sopé. Não tem mais para onde ir. Não tem mais para onde descer. Ou reconhece que chegou ao fundo do poço e quer mudanças, ou responderá por seus atos. É momento de reflexão. O que estou ganhando com isso; não só para comigo mesmo, mas principalmente para minha família e sociedade. Com que estou contribuindo?
A segunda geração do povo de Deus chega à Canaã e agora o maná cessa. Acabou a festa. Vocês não vão repetir o erro dos seus pais. Que cada um cumpra com suas responsabilidades. Vocês chegaram ao destino, tal qual como prometi. É hora de assumirem suas faltas. Agora vocês vão colher o fruto de suas mãos. Estarei sempre com vocês, orientando-os, guiando-os pelas mãos e tratando-os como filhos queridos.
Não permitamos que as vantagens aparentes desse mundo em trevas nos leve a um prejuízo real.
Lutemos por aquilo que queremos com serenidade e acreditando que o Senhor está conosco.
Deixemos de lado os escapismos, desfrutando do "melhor dessa terra". Com o Senhor. Sempre!
Com carinho;
Rev Emir Tavares

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

DIAS MUITO MAUS.MAUS MESMO!

"Cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores," ( Rm 1:29).

Esse versículo se encaixa muito bem em relação ao que está sociedade pós-moderna ocidental - principalmente - está passando.
As pessoas não se entendem  e cada um está voltado vez cada mais para os seus próprios interesses. O universo de cada um está restrito a circunferência do seu umbigo.
Na Holanda - eita país pequenino e de ponta - as pessoas quando vão ficando idosas vão sendo isoladas cada vez mais e sem voz ativa nas mínimas decisões familiares. Ou seja, viram objetos de decoração num museu de indiferença e desamor. Simplesmente fecham a porta e jogam foram a chave.
Quando o moribundo vem a falecer, a funerária é contratada e - em vinte e quatro horas - toma todas as providências sem que a família seja "importunada": cremação e até mesmo uma reunião formal onde se bebe à saúde daquele que um dia foi o patriarca daquele bando de lobos vorazes. Nada é esquecido além da memória daquele que se foi. Avareza e maldade andam de mãos juntas num féretro de ingratidão e de dor.
A revista Exame de 27/07/10, publicou uma matéria sobre o consumismo em que o Brasil em breve será o quinto país no ranking, com um consumo interno na ordem de cinco trilhões de reais. Cifras muito assustadoras para um país dito emergente e com uma qualidade de vida que deixa muito a desejar.
O consumismo leva ao individualismo, onde as pessoas vão se apartando cada vez mais dos valores elementares da dignidade humana. Sem falar no hedonismo, com a busca do prazer a qualquer custo e a qualquer hora. É como se o mundo estivesse prestes a explodir e "vamos aproveitar e tirar proveito de tudo que pudermos". Pobres desesperançados cuja confiança está restrita à esse mundo temporal. Felizes são aqueles cuja esperança esta depositada na ressurreição de Cristo e não se restringe apenas a essa vida temporal e efêmera.
Não é à toa que pessoas são mortas, queimadas em pneus, corpos lançados aos cães da covardia e - o que sobrar - servir de concreto nesse "esqueleto" da impunidade e da orgia.
Que valores outros sejam "ressuscitados" a fim de que possamos conviver em um ambiente mais fraterno e justo, onde aqueles que dedicaram toda a sua vida em nosso benefício sejam tratados com respeito e consideração que conquistaram e merecem.
Caso contrário, o precipício está bem à nossa frente  e, tal qual no tanque de Betesda, salve-se quem puder ou fique à espera de um anjo que só existe no imaginário popular.
Sem egoísmo;
Rev Emir Tavares

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O AMOR JAMAIS ACABA

O Amor jamais acaba
Numa sociedade tão imediatista como a nossa tal afirmativa é, no mínimo, desconcertante.
Tudo é previamente estabelecido com prazo de validade devidamente determinado. Isso não se aplica apenas a produtos/serviços que - cá entre nós - competem entre si pela inutilidade e obsolescência planejada. Ou seja, tudo é descartável e com vida útil curta. Isso afeta também as esperanças, os sentimentos das pessoas. Afinal, tudo é descartável, tudo é passageiro. Estamos na era da afetividade plastificada. Passa-se com muita rapidez da afeição ao desamor; do comprometimento à indiferença. São os tempos pós-modernos, onde todos correm sem saber exatamente para onde e para que. O importante é viver intensamente, pois a vida é curta e não sabemos o que vai acontecer amanhã. Então que aproveitem o máximo que puderem. Viva o edonismo e abaixo tudo e todos que quiserem te cercear, com discursos castradores. Porventura não nos é tudo permitido e, praticamente, tudo nos convém?
Só que o homem, quando diante do verdadeiro Amor, muda radicalmente. Já não vive a vida dos outros e passa a viver sua própria vida. Não com o sentido egoísta que possa, inicialmente, transparecer. O homem quando verdadeiramente sente o sopro do Amor em suas entranhas, muda seus valores. O tempo tem um outro significado, pois não se atém apenas às coisas do presente e temporais. Tudo muda de sentido: a chuva intermitente que cai lá fora; o cantar dos pássaros; o desabrochar de uma flor, a leitura de um singelo poema...
Tudo passa a adquirir sentido. Não precisamos mais daquela correria desenfreada da multidão às cegas à beira de um precipício existencial.
Passei agora a saborear a vida plena e em seu sentido abundante. Já fui preenchido pelo verdadeiro Amor.
Amor que não cessa, que não acaba.
Tudo passará: a ciência; a procura pela projeção social; o homem como centro do Universo; cantos e desencantos, alentos e desalentos. Enfim, tudo passará. Só não passará o Amor que é atemporal; é a essência do próprio Deus, sem contra-indicações e indicado para todos indistintamente seja qual for seu estado.
Sou resultado desse Amor;
Rev Emir Tavares

sábado, 17 de julho de 2010

EU TE AMO

Li um livro há muitos anos atrás - não me lembro o nome - que tratava do relacionamento entre um casal de jovens que havia saído de sua igreja e trocavam cartas de aconselhamento com um pastor de uma outra igreja. O casal vivia junto sem serem casados e isso muito os incomodava. O pastor soube e, "para o bem da Igreja", expulsou-os sumariamente.
Depois de muito vaguearem e não terem quem os socorressem descobriram um jovem pastor e através do anonimato, passaram a trocar várias cartas. Nessa ocasião o casal em questão já estava separado e precisando de muita ajuda.
Depois de muito tempo o pastor conseguiu reuni-los para uma entrevista.
Ao longo de certo tempo, o casal foi conscientizado ao que significa a expressão "EU TE AMO".
Essa expressão tem sido muito banalizada e a todo instante ela é pronunciada, mesmo que o casal tenha se conhecido há pouco tempo. É a banalização do amor em razão de carências e sentimentos mal resolvidos.
"Eu te amo" é uma expressão muito séria e merece uma atenção especial. O jovem casal finalmente aprendeu o que isso significa. Eu te amo significa: quero viver para sempre contigo; sou responsável por você; jamais te abandonarei; pode sempre contar comigo; serei, acima de tudo, seu companheiro(a); cuidarei sempre de você, etc.
O casal entendeu a mensagem, se reconciliou, casaram-se e vivem muito felizes.
Ao falar agora "Eu te amo", espero que penses no que acabastes de ler.
Com Amor;
Rev Emir Tavares

VOCÊ SABE AMAR???

Vamos analisar os nossos sentimentos;

No grego antigo, a palavra AMOR é explicada mais amplamente do que o que se costuma resumir hoje. Para os gregos, o amor não subentende somente um sentimento, mas compreende três sentimentos diferentes: "eros", "phileo" e "ágape". Sendo assim, os gregos usavam a palavra de acordo com o tipo de amor a que estavam se referindo.

A palavra "eros" se referia ao amor sexual, que o cristão desfruta hoje dentro do casamento. A palavra "phileo" significava o amor que existia entre pais e filhos, e entre irmãos. E o amor “ágape" que é o mais profundo e o mais sublime de todos, que é o amor de DEUS.

Um relacionamento para sobreviver precisa dos três tipos de amor. O amor ágape deve ser aprendido e esta aprendizagem exige esforço e conhecimento.

A Palavra de DEUS oferece ao homem um manual que o ensina a amar nas três áreas. Ao todo, DEUS revela ao homem, no livro de I Coríntios 13:4-7, 15 características do amor, que devem ser expressadas em sua vida.

A Bíblia diz que o amor é “sofredor”. Isso significa dizer que, quem ama de verdade, tem a habilidade de não se zangar com facilidade e não levantar a voz, ou perde a calma. Isso precisa ser trabalhado, todos os dias.

O amor é benigno, portanto, quem diz ter a qualidade de amar, precisa praticar a bondade. Olhar a pessoa amada com bons olhos, elogiando-a ao invés de criticá-la, é um ponto importante e muito positivo.

Uma outra característica do amor é que ele “não é invejoso”. Portanto, não se pode ter insegurança porque o outro tem um emprego melhor, ou é mais capacitado ou até mesmo mais atraente ou inteligente.

O amor “não trata com leviandade”. Se alguém procura sempre ser o centro das atenções, se gabando todo o tempo, fazendo com que a pessoa que está ao lado se sinta humilhada, certamente ela não ama e precisa se corrigir rapidamente.

Um outro ponto chave é que o amor “não se ensoberbece”. Não pode haver orgulho e arrogância no trato da pessoa amada. Esperar ser bajulado(a) por tomar atitudes que são de inteira responsabilidade dela própria sinaliza total imaturidade. O amor “não se porta com indecência”. Uma pessoa que ama não pode ser grosseira, sarcástica, estupida, maldosa nem debochada. Ao contrário, ela precisa mostrar cada vez mais o seu amor com carinho e cortesia.

Uma pessoa que ama de verdade também “não busca os seus próprios interesses”. Em vez de ficar exigindo direitos, ela busca sempre o bem-estar da pessoa amada, observando suas necessidades, inclusive espirituais.

Um outro foco importante é que o amor “não se irrita”. Um amor verdadeiro não causa exaspero ou amargura.

O verdadeiro amor “não suspeita o mal”. A confiança é um ponto chave para sustentar qualquer relacionamento. É preciso respeitar e confiar de todo coração e ter a capacidade de perdoar.

O amor “não folga com a injustiça”. Uma pessoa que regozija quando a outra erra é porque nunca conheceu o amor. Quem ama, luta para levantar o outro, mesmo diante dos piores erros.

A Palavra de DEUS diz que quem ama “folga com a verdade”. Não importa se somente a pessoa amada é quem recebe os elogios ou recompensas, que em parte caberiam aos dois. Quem ama se alegra em ver e fazer o outro feliz.

Está escrito que quem ama “tudo sofre”. Uma pessoa é capaz de suportar qualquer provação ou angústia pelo bem daquele que ama.

O amor “tudo crê”. O sentimento sincero de quem ama produz não só a confiança na pessoa amada como o reconhecimento e a valorização de sua posição diante de DEUS.

A Bíblia relata também que o amor “tudo espera”. Quando se crê que ama, há confiança de que DEUS está agindo na vida da pessoa amada. Quem ama acredita com todas as forças que DEUS está trabalhando e moldando como o oleiro faz com o barro.

É o amor verdadeiro que faz uma pessoa “suportar tudo”. Esse é o amor que não se abala diante de crises ou qualquer outra situação.

É importante dizer que o amar não nasce de uma hora para outra. É um sentimento perfeito, mas que precisa ser construído. Como uma plantinha, o amor precisa ser regado todos os dias. É isso que o torna forte e inabalável.

Uma pessoa que se recusa a amar por medo de sofrer não entende a plenitude do amor.
Quem NÃO ama, é um eterno sofredor.

Com carinho;
Rev Emir Tavares

quarta-feira, 30 de junho de 2010

AMAS AQUILO QUE CUIDAS?

Infelizmente, de um modo geral, os homens não cuidam daquilo e, principalmente, daqueles que estão sob seus cuidados. Alás, cuidar de alguém virou algo muito ambíguo.
Há um certo tempo já se criou até os cuidadores de idosos. E muita gente ganhando muito dinheiro com isso. Nada contra os cuidadoros e muitíssimo contra com os descuidados dessa vida; sejam inválidos ou pessoas saudáveis, pois existem pessoas que estão "esbajando saúde" e precisam de você.
Existem pessoas que idolatram quadros de arte ou livros raros como se fossem pedras valiosas de altíssimo valor. Amam o que lhe dão prazer e "status" e se esquecem de quem está ao seu lado, de tão pertinho que dá para sentir sua respiração. Mas não amam. Sinplesmente porque não nasceram com o gen do amor. Nasceram só para serem amados, apesar de afirmarem e de, até crerem, no contrário.
São doentes patológicos que destruem tudo que estiver à sua frente e ainda têm o dom de se vitimizar. Os defeitos estão nos outros, em mim só virtudes!
Quem ama e reconhece os defeitos, acreditando que são perfeições, perfeições ama e nãos os defeitos. Como um bom perfeccionista que é, perfeccionistas procura.
Como já disse os homems não amam o que cuidam, pois o mais importante é cuidar de si mesmo.
Amam as pessoas, não como são, mas, como acham que deveriam ser. Amam aquilo que pode lhes trazer um resultado significativo e que seja de forma rápida. Esquecem que o amor é paciente e não exige nada em troca.
Faça um bem a você mesmo: ame ao seu próximo não como a si mesmo. Ame ao seu próximo sim, mas dentro de valores altruístas e abnegados. Faça disso sua missão aqui na terra.
Jesus um dia antes da sua morte amou os seus "até o fim". Uma tradução mais adequada diria que Jesus amou os seus até "o extremo". Ou seja, não havia mais espaço, mais possiblidade por remota que fosse, que Jesus não tivesse adentrado nos liames dos seus e não os tivesse amado "até o fim" ou "até o extremo".
AME DE FORMA EXTREMADA E NÃO APENAS DE FACHADA!
Com carinho;
Rev Emir Tavares

quarta-feira, 23 de junho de 2010

EXEMPLO PRÁTICO DE GRAÇA!

EXEMPLO PRÁTICO DE GRAÇA:
Sir Edward Jones, famoso artista inglês do sec 19, foi tomar chá na casa de sua filha. Como um presente especial, sua pequenina neta teve permissão para sentar-se à mesa. Ela comportou-se mal e a mãe mandou-a ficar de pé num canto, de frente para a parede. Sir Edward, um avô bem treinado, não interferiu com a disciplina da neta, mas na manhã seguinte chegou a casa da filha com tintas e paleta. Ele foi até a parede onde a menina fora forçada a ficar e ali pintou quadros - um gatinho correndo atrás da própria cauda; cordeirinhos no campo; peixinhos dourados nadando.
Ele decorou a parede de ambos os lados daquele canto com pinturas para alegrar a neta. Se fosse obrigada a ficar de novo de castigo no canto, pelo menos tinha alguma coisa para olhar.
O mesmo acontece com o Senhor. Quando fazemos aquilo que não devemos, Ele pode administar disciplina,algumas bem severas, mas jamais nos volta as costas...Ele não manda Seu filho para o inferno! Nós também não caímos da graça e ficamos presos por trás das grades da Lei. Ele trata com aqueles que são Seus pela graça...favor belíssimo, encantador, não merecido.
É de fato suurpreendente!
[De Charles Swindoll em seu livro:O despertar da Graça]

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A VIDA NO DESERTO

A VIDA NO DESERTO: SILÊNCIO

Meditação: Se o SENHOR não tivera ido em meu auxílio, a minha alma quase que teria ficado no silêncio. Salmos 94:17

Deus está em toda parte. Porém, a única maneira de vivificar as coisas de Deus é vivificar o coração. Quando o coração se enche de Deus, os fatos da vida se enchem do encanto de Deus. E o coração se vivifica no deserto porque é este um tempo forte dedicado a Deus em silêncio, solidão e oração. Deserto significa confronto consigo mesmo e com a proposta de Deus referente a realidade do presente que estamos vivendo e que requer de nós uma tomada de posição, uma resposta. Aí esta o significado do deserto que Jesus fez antes de sair para o anuncio do Reino de Deus: estar cheio do Espírito Santo.

Na vida do deserto, no silêncio estamos presentes somente nós e Deus. Experimentamos o amor gratuito de Deus: O Pai me ama sem um porquê, sem um para quê, sai a meu encontro e me guia quando estou nas trevas e nas noites escuras da fé; e eu só tenho que me deixar encontrar e ser amado por Ele. A ambigüidade de nossas motivações e de nossas generosidades emergem, e nos vemos tal como somos, ou melhor, tal como Deus nos vê.

A primeira condição da Vida do Deserto manifestada pelo silêncio é a paciência. Paciência para que os que querem tomar Deus a sério. Paciência não é a arte de esperar, mas a arte de saber, e o que se sabe se espera. E, no caso presente, saber que Ele é essencialmente gratuidade e, por conseguinte, as iniciativas de uma graça são e serão desconcertantes e imprevisíveis para nós: porque nEle não funciona como em nós – as leis de causa e efeito, ação e reação, as leis da proporcionalidade, os cálculos de probabilidade, mas somente a lei da Gratuidade: tudo é Dom, tudo é graça.

Deus tem o seu tempo, a sua hora de que na plena gratuidade, que é de falar, tocar, experimentar a nossa humanidade. Importante é nos colocar em profunda, serena e calma atitude de adoração e espera. “Deus vai me falar”.

Não se esqueça de que o crescimento em Deus será lentamente evolutivo e com prováveis altos e baixos, precisamos ter paciência também nisto.

E a paciência irá gerar a perseverança. Perseverança é o segundo sinal gerada pelo silêncio do deserto. Perseverar nos momentos de aridez e dispersão.

O terceiro sinal mais seguro da presença divina manifestada pelo silêncio do deserto não é o fervor, mas a paz, uma paz – diferente da calma – que reside no nível profundo da pessoa humana.

E por fim, não podemos esquercer da esperança que nunca morre. A ilusão acaba em desilusão. Mas a esperança é uma força estável, serena e imortal que, quando tudo cai por terra, ela sempre responde: não importa, comecemos outra vez, amanhã será melhor, para cima! Vamos adiante!



PENSE: Ó Deus,

Este é o momento mais precioso do meu dia:
Vir em Teus pés em quietude
Enquanto a luz enche o meu mundo de alegria,
Passada a noite,
Passada a madrugada
Por entre gotas de orvalho formadas sobre a terra escura,
Nos segredos da noite,
No sossego dos mistérios de Deus.
Tu não podes segurar o vento do deserto.
Lá não tens montanhas para te protegerem
nem cavernas para te esconderes.
Mas podes ficar quieto,
Com o coração aberto,
E escutar no vento a voz de Deus.
Estradas de luz abrem-se o mundo,
Descendo de Deus, o Eterno.
Obrigada, Pai, por tornares santo este lugar
E abençoado este tempo na tua presença,
Na quietude do dia que nasce neste deserto,
Onde escuto a Tua voz com o coração aberto.

(Quietude. De Clarisse de Barros)

Rev Emir Tavares

domingo, 6 de junho de 2010

No Brasil, futebol é religião

No Brasil, futebol é religião / por Ed René Kivitz, cristão, pastor evangélico, e santista desde pequenininho.

Os meninos da Vila pisaram na bola. Mas prefiro sair em sua defesa.
Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso, cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião.
A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé.
A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e cada uma das tradições de fé.
Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno; ou se Deus é a favor ou contra à prática do homossexualismo; ou mesmo se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião. Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião. Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.
O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância.
A religião coloca de um lado os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai.
E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixem de existir enquanto outros e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.
Mas, quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas. E quando você está com o coração cheio
de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz.
Os valores espirituais agregam pessoas, aproxima os diferentes, faz com que os discordantes no mundo das crenças se dêem as mãos no mundo da busca de
superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião.
Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e miséria de uma paralisia cerebral.

sábado, 22 de maio de 2010

DIÁLOGO ENTRE UM CRISTÃO E UM ET


Diálogo entre um cristão e um ETia

Por Paulo Queiroz

Estamos pensando em divulgar o evangelho no seu planeta para trazer-lhes a salvação.
Evangelho? Salvação? Não entendi.
Quis dizer que, não tendo os Srs. religião alguma, pretendemos ajudá-los a conhecer a Verdade da Palavra.
Verdade? Palavra? Continuo sem entender.
Explico: fomos todos, os Srs. inclusive, criados por um Deus todo poderoso, que enviou seu filho Jesus, o qual foi sacrificado para nos salvar do pecado.
(Pensando consigo mesmo: ele nada sabe sobre nós, mas é capaz de doutrinar sobre nosso destino). Acho que o que Sr. pretende divulgar entre nós é o que conhecemos aqui como Mitologia Primitiva.
Não, não é isso, eu estou falando da Verdade emanada do livro sagrado: a Bíblia.
Livro sagrado? Eu poderia vê-lo? (recebe um exemplar e lê em poucos minutos com auxílio de um tradutor).
É um texto interessante, na verdade, vários textos, compilados, recomplicados, traduzidos e retraduzidos, escritos, reescritos e revisados milhares de vezes. E remontam a épocas bem distintas entre si, e, claro, é uma obra coletiva.
Não é isso; o Sr. não entendeu; trata-se de um texto harmonioso, preciso, realista, que expressa, sem um mínimo de contradição, a mais exata palavra do Criador; tudo foi escrito sob Inspiração Divina.
Entendo. Imagino que existam centenas de livros semelhantes entre os Senhores, referindo outros deuses, inclusive.
Certamente. Mas este é o único verdadeiro, os demais são falsos ou apócrifos.
Bem, isso já é interpretação, e, convenhamos, uma interpretação um tanto ingênua e até presunçosa. Veja: para nós, o mundo está repleto de mitos de origem, e todos são falsos do ponto de vista dos fatos; e nenhum dos livros ditos sagrados resultou do talento literário de Deus, mas dos seres (Joseph Campbell. As Máscaras de Deus. Mitologia Ocidental. S. Paulo: Palas Athena, 2004).
Compreendo sua resistência inicial, afinal é seu primeiro contato com a palavra de Deus.
Talvez. De todo modo, isso é exatamente o que nós chamamos aqui de mitologia primitiva, um relato de fábulas infantis.
Que seja; ainda assim, o Sr. não estaria disposto a ouvir o conteúdo essencial das sagradas escrituras?
Claro, sou todo ouvidos.
Pois bem, antecipo que, se o Sr. se converter, será salvo do pecado e terá a vida eterna.
Vida eterna? Pecado?
Sim, exatamente, depois da morte física, como o Sr. Jesus, o Sr. ressuscitará entre os mortos e viverá para sempre, eternamente.
Acho que uma tal doutrina não tem chances de vingar entre nós.
Por que não?
É que, para nós, uma vida eterna soaria, não como salvação, mas como maldição.
Maldição?
Sim, é que podemos viver até cerca de 1.000 anos, mas costumamos, por decisão própria, morrer por volta dos 500 anos, ingerindo a pílula da morte voluntária; logo, uma vida eterna seria um castigo. É que, para nós, a morte é boa, necessária, inevitável, e não um mal a ser temido. Cremos que, como parte da natureza, tudo no mundo deve necessariamente nascer, crescer e morrer, pois do contrário a vida seria impossível ou insuportável. Aliás, de acordo com o texto que acabei de ler (cita textualmente): “O destino do homem é o mesmo das plantas, insetos e animais: nascer, crescer, envelhecer, morrer; o mais é vaidade. “Porque o que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade. Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão” (Eclesiastes 3:19-20).
E as doenças? As suas doenças serão curadas.
Doenças? Mas nós raramente adoecemos e, quando isso ocorre, a medicina nos socorre com grande êxito, em praticamente 100% dos casos. Mas estou curioso sobre a doutrina do pecado; fale-me sobre o pecado; o que é o pecado?
Em resumo, o pecado é uma violação das leis de Deus, especialmente uma violação aos dez mandamentos: não matar, não cobiçar a mulher do próximo etc.
Entendo. Entre nós, quase não existe homicídio; por isso, sequer cogitamos de criar regras para proibi-lo. De todo modo, se tal ocorrer, é possível ressuscitar a vítima por meio de transplantes ou similar, pois a nossa medicina é muitíssimo avançada. Quanto a cobiçar a mulher do próximo, não existe entre nós essa “mulher do próximo” ou “homem do próximo”, porque entre nós as pessoas são livres para disporem de seu corpo como quiserem. E embora existam relações estáveis entre nós, não existe o que os Sr. chama de casamento; e nem faz sentido a idéia de adultério. Portanto, não existindo a regra, não existe violação à regra, logo, seria inconcebível a idéia de um tal pecado. De mais a mais, a prática do sexo é entre nós um ritual sagrado ou quase sagrado, além de muitíssimo saudável; praticamos de todas as formas possíveis: tântrico, telepático, virtual etc. Mais: sexo é pressuposto da própria vida.
Pelo que vejo, os Srs. são uns pervertidos.
Também a idéia de perversão, como a de pecado, não faz sentido entre nós. Mas não é só: proibir desejos e paixões seria uma regra artificial e contra a vida que, no máximo, nos levaria à dissimulação e à própria perversão, de sorte que a regra seria pior do que a sua violação. De todo modo, parece-nos um tanto bizarro que um Deus se ocupe de detalhes da vida sexual de alguém e procure regrá-la.
Parece que vai ser difícil doutriná-los, mas eu não tenho dúvida de que conhecerão a Verdade e a Verdade os libertará.
Ou escravizará (disse baixinho).
O mais importante, no entanto, é que os Srs. saibam que Deus concebeu seu filho Jesus da virgem Maria, foi sacrificado para nos salvar, ressuscitou entre os mortos e é o caminho, a verdade e a vida, e, portanto, a chave para redenção de nossos pecados.
Continuo sem entender: o Sr. fala que não se deve cobiçar a mulher do próximo, mas defende um Deus que gera um filho numa mulher casada; fala de amor, e, no entanto, refere um Deus que oferece seu próprio filho inocente em holocausto. Doutrina estranhíssima (uma maluquice, pensa consigo mesmo).
Estranhíssima para alguém sem fé, mas não para quem conhece a Verdade e sabe que a Verdade liberta.
Bem, eu espero que o Sr. consiga ao menos ser ouvido na sua pregação, mas não diga que não o adverti de que semeará em solo infértil.
Veremos.
Revista Jus Vigilantibus

Com carinho,
Rev Emir Tavares

domingo, 16 de maio de 2010

COMO TORNAMOS AS COISAS DIFÍCEIS MEU DEUS!

Ahh como é dificil abrir mão das coisas que mais gostamos, que demoramos tanto pra conquistar, não é verdade ? Muitos só vêem o caminho do Senhor como soluções dos problemas, como reconstrução de uma vida destruida, sim não podemos negar que é isso, mas esquecem que o caminho que devemos enfrentar é espinhoso, é árduo, um caminho estreito. Seguir a Jesus é renúnciar nossos prazeres, nossos próprios sonhos, nossos desejos, nossa estrutura toda formada durante a tempo, PORQUE SE QUEREMOS SEGUIR A JESUS NÃO PODEMOS VIVER PRA NÓS MESMOS, pois esta escrito: "Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, dia a dia toma a sua cruz e siga-me" Vemos que ainda existe um morrer em nós, e esse morrer, é: morrer para o mundo, para nós mesmo, e viver na plenitude de Cristo, porque não podemos servir a dois senhores, porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro, Não podeis servir a Deus e às riquezas (Mateus 6.24) Queres seguir a Jesus ?: Negue a si mesmo. Vale a pena negar tudo o que há neste mundo para servir a Cristo, Ele suportou toda aquela dor por nós, carregou aquela cruz, sofreu, suportou aquela dor calado, por amar eu e você.
E hoje temos uma missão, nós também temos uma cruz á carregar, mas sabemos que ele tem o tamanho e o peso certo, não deixes sua cruz pelo caminho, carregue ela, ela irá te servir lá na frente, mesmo sendo árduo o caminho, mesmo sendo espinhoso, Siga a Jesus, se a multidão te pedir pra parar: não pare, Siga a Jesus.
Diga: É todo Teu meu coração, a minha vida, é totalmente Teu JESUS. Tenha um coração segundo o coração de Deus, deixe Ele viver totalmente em você. Deixa Ele te usar da maneira que Ele quer, que você possa dizer: Eis me aqui Senhor, Usa-me como quiseres, Aleluias.

Deus abençoe vocês amados do Pai, tenham uma semana abençoada, e não se esqueçam, que ainda existe um morrer em nós, vamos nos esvaziar de nós mesmo, para que Deus venha nos encher, e que possamos cumprir o chamado Dele para nossas vidas.

 

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Remindo o TEMPO

"...Remindo o tempo." Efésios 5.16

Sempre devemos nos lembrar de que o tempo é uma preciosa dádiva de Deus. Ele nos deu o tempo para que o usemos, e o usemos bem. Em outras palavras: Ele nos deu o tempo para que transformemos os minutos, horas e dias em valores eternos. Se não fizermos isso e perdermos nosso tempo precioso, estaremos desprezando uma grande dádiva de Deus. Devemos nos conscientizar de que o tempo perdido não volta nunca mais. Cada minuto que passa se foi definitivamente; ele não voltará mais nem em toda a eternidade! Por meio do tempo que nos foi dado, temos a possibilidade de trabalhar para Deus. Pois todos os filhos de Deus são Seus colaboradores, cada um no lugar em que Deus o colocou.

Nenhuma pessoa sobre a terra transformou tanto o tempo em valores eternos como nosso Senhor Jesus. João diz no Evangelho: "Há, porém, ainda muitas outras cousas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos". O tempo é curto e a causa do Rei tem pressa! Por isso seja fiel na administração e no uso da quantia limitada de tempo que lhe foi confiada. Então um dia você ouvirá: "Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei: entra no gozo do teu Senhor."




quinta-feira, 13 de maio de 2010

MEDO: DESDE O PRINCÍPIO

MEDO: DESDE O PRINCÍPIO


Vemos, desde a criação do mundo, o primeiro sentimento – negativo – a ser entranhado no  homem: o medo.
Até então, o homem gozava de total liberdade em seu sentido pleno. Com o pecado, Adão toma consciência de seu estado pecaminoso e, como consequência, tem medo e tenta fugir da presença de Deus.
O medo e a fuga passam a ser uma constante na vida do homem: Caim foge e tem que ser marcado com o ferro de sua própria vergonha; Ló tem que abandonar aquela cidade promíscua – cidade em que havia feito questão de escolher e de ficar -; e por aí vai.
Na época de Moisés, quando da entrega das tábuas da Lei, o povo sente medo e seu campo de atuação é delimitado pelo próprio Deus. A partir de determinado lugar, se ultrapassado, até mesmo os animais morreriam. Que mudança em tão pouco tempo, se levarmos em consideração a história da humanidade como um todo.
E onde estava aquela comunhão na viração do dia, onde o próprio Deus tomava a iniciativa e vinha falar com aquele – até então – casal abençoado? Vinha perguntar sobre seus anseios, desejos e preocupações. Vinha dar aquele abraço gostoso; compartilhar o seu dia-a-dia celestial. O que mais queria o homem? Tomar o lugar do próprio Deus, sendo o “Homem-Deus”, conforme as palavras do filósofo Luc Ferry em seu livro que leva esse nome.


Por que aquele medo em entrar na Terra da Promessa que havia sido há séculos prenunciada pelo Senhor? O medo é resultado da dúvida, da desconfiança. “O perfeito amor lança fora o medo” (1 Jo 4:18). E ninguém personifica melhor esse "perfeito amor" do que o próprio Jesus Cristo.
Tal qual aquele povo no deserto, nossas dúvidas existenciais contribuem para que percamos o foco, e nos afastemos de Deus, e entremos em labirintos que afetam nosso estado fisico,  espiritual e emocional.
O medo faz com que entremos em “cavernas” e nos comportemos como animais insanos.
Não me refiro àquele medo saudável, que serve de alerta para nossa própria sobrevivência. Refiro-me ao medo resultante do pecado.
Precisamos voltar exatamente ao lugar onde caímos; questionarmos positivamente nossa relação com Deus e com os homens.
Precisamos retirar as pequenas pedras de nosso caminho, para que “no dia mau revestidos de toda armadura de Deus possamos resistir, vencer tudo e nos tornarmos inabaláveis” (Ef 6:13; adaptado).
O primeiro passo é esse: num ato de fé procure a presença de Deus. Procure restaurar – restaurar, no original, significa voltar ao estado primitivo antes do dano causado – sua comunhão com o Pai.
O resto fica por conta dEle, não que necessite de sua iniciativa. Só o fato de querer algo de bom provém do Pai das Luzes.
Cá entre nós; qual é o pai que não gosta de ser reconhecido e amado pelo próprio filho?
Siga em frente. Sem medos, confiando só em Jesus que já providenciou tudo para que vivas com dignidade e feliz.
Com carinho;
Rev Emir Tavares

sexta-feira, 7 de maio de 2010

SALMOS IMPRECATÓRIOS

(São os que amaldiçoam) na Bíblia, e esse fato ocasionalmente incomoda as pessoas: isso não parece concordar com o que lemos em outros lugares na Bíblia sobre amar nossos inimigos (Mt 5.44). Deveria existir tais orações, especialmente no Novo Testamento? Qual deveria ser o seu lugar no culto? Em certa extensão, no mínimo, parece claro que as imprecações são apropriadas no culto: elas são usadas na Bíblia. Grande parte do Livro dos Salmos lida com isso. Não existe na verdade uma categoria separada de “Salmos Imprecatórios” como tal (embora os Salmos 10, 83 e 94 sejam quase completamente imprecatórios). Praticamente todo Salmo tem passagens imprecatórias, e todo salmo é implicitamente imprecatório. Pedir a bênção de Deus sobre o justo é, por implicação, pedir que ele não abençoe o ímpio. Martinho Lutero observou: “Não posso orar sem amaldiçoar”; toda bênção implica uma maldição.

Sendo mais específico, a Bíblia contém maldições explícitas contra o ímpio. Moisés amaldiçoou Faraó (Ex 9.16). Samuel amaldiçoou Saul (1Sm 13.13-14; 15.28). Elias e Miquéias amaldiçoaram Acabe (1Rs 21.17-24; 22.19-23). Amós amaldiçoou Israel (Amós 9.9-10). Jesus amaldiçoou os fariseus (Mt 23). Paulo amaldiçoou Himeneu e Alexandre (1Tm 1.20; 2Tm 4.14). Mesmo os santos perfeitamente puros e justos no céu amaldiçoam seus perseguidores, pedindo a vingança de Deus contra eles (Ap 6.9-11). Não existe nenhuma razão bíblica pela qual isso não deveria continuar em nossas mentes em pelo menos cinco perspectivas:

1. Perspectiva Cristológica. Primeiro, todo o Saltério é Jesus Cristo orando ao Pai: mesmo as passagens onde ele confessa “seus” pecados, mostram belamente quão completamente ele se “fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21). Segundo, as maldições da lei foram cumpridas sobre Cristo, quando a vingança pactual terrível de Deus foi descarregada sobre ele. As orações imprecatórias da Escritura foram aplicadas a Jesus, para que não fossem aplicadas ao seu povo. Isso deveria ser deixado claro em nossa apresentação de tais orações a uma congregação. O melhor livro que já li é o de James Adams: Psalms of the Prince of Peace: Lessons from the Imprecatory Psalms. Outro bom livro sobre os Salmos em geral é o de Calvin Beisner: Psalms of Promise: Exploring the Majesty and Faithfulness of God; este tem uma seção de 20 páginas chamada “Maldições sobre os Violadores do Pacto”.

2. Perspectiva Soteriológica. Na oração, não pedimos simplesmente pela derrota dos inimigos de Deus, mas pela sua salvação também. Mesmo inimigos terríveis da Fé (tais como Saulo) têm sido gloriosamente convertidos. O ponto é a glória de Deus e o bem da igreja, e sempre deveríamos desejar a conversão deles. Sem dúvida, não deveríamos ficar cegos para o fato que alguns inimigos simplesmente não serão convertidos, e devem ser removidos de alguma outra forma.

3. Perspectiva Eclesiástica. Não deveríamos fazer orações imprecatórias contra as pessoas simplesmente porque não gostamos delas, nem mesmo contra aquelas que nos odeiam e perseguem; devemos “abençoar, e não amaldiçoar” (Rm 12.14; cf. Mt 5.43-48). As maldições deveriam ser pronunciadas oficialmente, sob a autoridade da igreja, e contra aqueles que procuram destruir a igreja. Oficialmente, podemos achar necessário pronunciar o julgamento divino contra os ímpios; pessoalmente, devemos mostrar amor e compaixão a todos os homens, mesmo nossos inimigos. Oramos para que nossos inimigos sejam removidos, não primariamente para evitar dificuldade e sofrimento, mas para que a igreja possa realizar sua tarefa.

4. Perspectiva Escatológica. Nem todas as coisas serão resolvidas nesta vida. Devemos confiar no julgamento final de Deus no Último Dia. Deus não manifestou sua ira imediatamente contra todos os perseguidores dos apóstolos, e nem o fará em nossos dias. Esperamos pela vindicação final no final da história.

5. Perspectiva Sociológica. Nosso propósito primário é adorar a Deus. Tanto quanto possível, portanto, deveríamos buscar edificar os adoradores. Alguns são tentados a adotar uma atitude “profética” e impensada, agindo como se todos que discordam deles fosse um inimigo cruel de Deus. Particularmente num dia quando o Cristianismo é igualado com sentimentalismo pegajoso e xarope, uma fé vigorosamente bíblica pode encontrar muito choque cultural com os crentes fracos. Mas o povo de Deus deve ser tratado com respeito e sensibilidade; eles devem ser cuidadosamente conduzidos (não empurrados) a uma cosmovisão centrada em Deus. Se tivermos uma escolha, então deixemos Deus cuidar de explodir os lobos; os pastores devem cuidar das ovelhas.

Uma apresentação honesta e justa dos Salmos imprecatórios tentará demonstrar a justiça e santidade de Deus de uma forma que seu amor e misericórdia brilhem também. Isso pode ser feito apenas mostrando como tais coisas estão relacionadas a Jesus Cristo, em quem “a misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram” (Sl 85.10).

Fonte: Chalcedon Report, Março de 1997.

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto