sexta-feira, 27 de novembro de 2009

ÉTICA NO MILÊNIO

ÉTICA NO MILÊNIO
(BONHOEFFER, Resistência e Submissão, in "Estudos Teológicos", n.3/95, p. 223)




Quem Sou Eu?
Quem sou eu?
Seguidamente me dizem que saio de minha cela
Tão sereno, alegre e firme
Qual dono de um castelo.
Quem sou eu?
Seguidamente me dizem que da maneira como falo aos guardas,
Tão livremente, como amigo e com clareza
Parece que esteja mandando.
Quem sou eu?
Também me dizem que suporto os dias do infortúnio
Impassível, sorridente e com orgulho
Como alguém que se acostumou a vencer.
Sou mesmo o que os outros dizem de mim?
Ou apenas sou o que sei de mim mesmo?
Inquieto, saudoso, doente,
Como um pássaro na gaiola,
Sempre lutando no ar, como se me sufocassem,
Faminto de cores, de flores, às vezes de pássaros.
Sedento de palavras boas, de proximidade humana,
Tremendo de ira a respeito da arbitrariedade
E ofensa mesquinha,
Nervoso na espera de grandes coisas,
Em angústia impotente pela sorte de amigos distantes,
Cansado e vazio até para orar, para pensar, para produzir,
Desanimado e pronto para me despedir de tudo?
Quem sou eu? Este ou aquele?
Sou hoje este e amanhã um outro?
Sou porventura tudo ao mesmo tempo?
Perante as pessoas um hipócrita?
E um covarde, miserável diante de mim mesmo?
Ou será que aquilo que ainda em mim perdura,
Seja como um exército em derradeira fuga,
À vista da vitória já ganha?
Quem sou eu?
A própria pergunta nesta solidão de mim parece pretender zombar.
Quem quer que sempre eu seja,
Tu me conheces, ó meu Deus,
SOU TEU.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

E AGORA JOSÉ CADÊ SUA FÉ?

E AGORA JOSÉ CADÊ SUA FÉ?

“Pedro porém lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! (v. 5)
E, tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram;” (Atos 3:5,6).

Pedro e João subiam normalmente ao templo para orarem na segunda ocasião diária de sacrifício e oração pública no templo, às três da tarde (ora nona).
Eis que na porta principal do templo estava um coxo de nascença que era colocado ali diariamente para esmolar. O homem implorava que lhe dessem uma esmola. Aquele homem queria um paliativo para suas dores. Aqueles dois homens de Deus tinham muito mais a oferecer através daquele que vivia neles.
Pedro faz questão de dizer que nele não há virtude alguma e nenhum bem material em especial. Se algo de bom existe nele, deriva do Pai das Luzes.
E em nome de Jesus Cristo ordena que aquele homem levante e ande.
Até aqui nada de excepcional, pois os hereges pregadores neopentecostais fazem a mesma coisa.
Existe uma diferença sutil e uma berrante, que salta aos olhos.
Na sutil vemos a ênfase no poder de Jesus; ao contrário do determinismo e profetismo de nossos dias em que a ênfase é dada ao “eu”, tal qual Lúcifer.
A segunda diferença é que Pedro não deixou aquele homem literalmente “na mão”. Ele fez questão de levantá-lo pela mão direita (poder) sendo co-participante do que estava acontecendo.
Hoje em dia ninguém tem essa atitude e, se a tiver e não acontecer absolutamente nada como acontece com esses nefastos pregadores, a culpa é de quem não recebeu a graça por pura falta de fé.
É fácil falar em nome de Jesus. O difícil é falar e viver consoante Jesus.
A pessoa vítima desse “umseteum” espiritual vive duplamente penalizada e com consciência de culpa: porque continuam aleijada – qualquer que seja o aleijão -, e é um crente de segunda categoria que nem fé tem para ser curada.
Temos que ter parte ativa na cura, sabendo é claro que quem opera é Jesus, segundo o beneplácito da sua vontade.
Não podemos atribuir fracassos e erros aos outros. Sigamos o modelo deixado por Pedro, já que fazem tanta questão de serem “paipostólicos”. Ao anunciarmos uma cura em NOME DE JESUS, sejamos sérios e criteriosos com as coisas do alto.
Assumamos nossas culpas, nossa megalomania e exaltemos o nome do Senhor em espírito e em verdade.
“Tu és digno, Senhor e Deus nosso,
De receber a glória, a honra e o poder,
Porque todas as coisas tu criaste,
sim, por causa da tua vontade
vieram a existir e foram criadas” (Ap 4:11).
Amém.
Rev Emir Tavares

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

JÁ NÃO AGUENTO MAIS!

JÁ NÃO AGUENTO MAIS! (1 Reis 19:1-10)

Na vida, às vezes, é muito difícil tomarmos decisões, principalmente em momentos de grande tensão.
Elias estava querendo colocar um ponto final naquela situação. E a solução que encontrou foi fugir debaixo das ameaças de Jezabel.
Logo ele, que acabara de ter uma vitória retumbante sobre os profetas de Baal. Esse homem agora se deixa levar por palavras ameaçadoras de uma mulher. Esqueceu um passado recente de conquistas e, simplesmente, foge.
Caminhou cerca de um dia e foi se refugiar debaixo de um zimbro, pedindo para si a morte.
Comeu, bebeu e tornou a dormir. Estava extenuado, física e emocionalmente.
Acolhe agora a ordem do anjo do Senhor e, devidamente alimentado, não caminha apenas um dia como anteriormente, mas caminha quarenta dias e quarenta noites até Horebe.
Ás vezes se faz necessário que nos recolhamos e façamos um balanço de nossas vidas.
Até que ponto confiamos no Senhor ou em nossas próprias forças?
Só revigorados na força do Todo Poderoso podemos enfrentar o embate do dia-a-dia.
Temos que aprender a lutar contra forças poderosas, aparentemente maiores que nós.
E só podemos lutar na certeza de que nada, absolutamente nada, foge ao controle do nosso Deus. Ele está preocupado com os mínimos detalhes de nossas vidas.
A pior luta que podemos travar é quando nos sentimos sozinhos.
Aí tornamo-nos presas fáceis do sentimento altamente destrutivo de autocomiseração.
O povo de Israel, quando no deserto, passou por esse tipo de situação.
Quando não confiamos na vida e tememos a tudo e a todos, estamos compromissados com um relatório mentiroso e infiel, onde duvidamos da capacidade de Deus em atuar em prol de nossas vidas.
Alimenta-te com a Palavra, levanta, pois a jornada ainda nem começou.
Ainda tem muita coisa para você fazer.
Tenha, pois, bom ânimo!
Rev Emir Tavares

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

ABRAÇANDO A IMPERFEIÇÃO

ABRAÇANDO A IMPERFEIÇÃO

(Livre tradução de um texto em inglês, sem designação de autoria)

Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho, muito duro.

Naquela noite longínqua, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante queimadas, defronte ao meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na escola.

Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada bocado.

Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada. E eu nunca esquecerei o que ele disse:

" - Baby, eu adoro torrada queimada..."

Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada. Ele me envolveu em seus braços e me disse:

" - Companheiro, sua mãe teve hoje, um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada... Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou um melhor empregado, ou cozinheiro!"

O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.

Essa é a minha oração para você, hoje. Que possa aprender a levar o bem, o mal, as partes feias de sua vida colocando-as aos pés do Espírito. Porque afinal, ele é o único que poderá lhe dar uma relação na qual uma torrada queimada não seja um evento destruidor."

De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos - e com amigos.

Não ponha a chave de sua felicidade no bolso de outra pessoa, mas no seu próprio. Veja pelos olhos de Deus e sinta pelo coração dele; você apreciará o calor de cada alma, incluindo a sua.

As pessoas sempre se esquecerão do que você lhes fez, ou do que lhes disse. Mas nunca esquecerão o modo pelo qual você as fez se sentir.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

BEIJA-ME COM MUITO AMOR!

BEIJA-ME COM MUITO AMOR!

“Beija-me com os beijos de tua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho” (Ct 1:2).
Estas são as palavras da Esposa antes de ser introduzida nas recâmaras do seu amado esposo, o rei, para fazerem amor.
Estamos lendo um verso do livro poético “O mais formoso dos cânticos”, em seu sentido original. Esse livro é um lindo poema dividido em estrofes onde, alternadamente, cada um dos enamorados vai fazendo sua declaração de amor.
Para os judeus esse livro representa a aliança do seu povo para com Javé, visto que fala do amor entre um casal. Já, para os cristãos, seria uma representação do relacionamento de Cristo com sua Igreja.
Esse livro trata, na verdade, do relacionamento homem e mulher em sua forma mais íntima.
Um amor como esse de forma alguma pode ser questionado, muito menos o fato de ser considerado, como realmente o é, um livro inspirado por Deus.
Há, inclusive, uma corrente que afirma que esse livro foi escrito no período persa, onde a opressão contra a mulher seria muito grande.
Então teríamos registrado, na Palavra de Deus, o primeiro movimento feminista, se bem que não poderíamos atribuir a Salomão a autoria da obra que, inclusive, é incerta, apesar da citação de seu nome no mesmo.
Certa mesma são a hipocrisia e a repressão com que a igreja dita evangélica, vem lidando com a questão relativa ao sexo. Não é à toa que muitos escândalos sexuais surgem vez por outra.
O cristianismo, em especial o romano – e Cristo não tem nada a ver com isso –, está repleto de repressões em nome de Deus onde tudo é pecado. Isso trás sérias conseqüências para as pessoas que convivem com um complexo de culpa infundado. Isso explicaria, quem sabe, o número crescente de divórcios por insatisfação na área sexual.
Está na hora dos casais acordarem e viverem a vida desfrutando intensamente de um amor lindo regado de um sexo gostoso e saudável como deve ser.
Vá agora até ele ou até ela. Beija-o com ardor. Leve-a para cama e desfrute desse amor “debaixo da macieira” (8:12); ou, se preferir, debaixo do edredom.
Sem culpa e com muito, muito amor.
Rev Emir Tavares

terça-feira, 17 de novembro de 2009

JÁ DECIDIU DESISTIR? POR QUÊ?

JÁ DECIDIU DESISTIR? POR QUÊ? (Lc 5.1-7)

Jesus vê dois barcos junto à praia e, os pescadores sem pescar nada à noite toda, já estavam lavando suas redes e se preparando para irem embora.
Aquelas redes estavam cheias de detritos do mar, muito comuns naquele lago.
Para aqueles homens toda esperança de uma boa pescaria havia se desvanecido, apesar de todos os seus esforços.
Jesus observa aquela cena e se compadece. Jesus está sempre interessado naquilo que estamos fazendo. Ele quer que sejamos homens e mulheres bem sucedidos. Não conhece a palavra desistência, muito pelo contrário, quer que continuemos apesar de nossas redes estarem colhendo apenas lodo e galhos sem vida.
Aproxima-se então de Pedro e dá a ordem para se lançar ao largo. Enquanto estivermos à beira d’água do nosso comodismo, onde nossos pés podem alcançar o solo, não conseguiremos nada de positivo.
O mar alto simboliza também intimidade devido ao fato de nos afastarmos da nossa superficialidade, do nosso lugar comum. Isso requer coragem, pois as águas podem estar encapeladas.
Temos que nos lançar ao largo, bem distante da praia, lá onde estão os grandes cardumes. É lá que encontraremos respostas para as nossas crises existenciais. Nesse caso foi no alto mar. Seja lá onde for o que vai fazer a diferença é a nossa postura diante dos fatos.
Devemos estar prontos para lançarmos sempre a rede, como se fosse a primeira vez e cheios de esperança.
Ao lavarmos nossas redes entendamos que estamos dispostos a continuar nossa empreitada, retirando todo entulho e nos preparando para uma nova tentativa. Não deve significar que, simplesmente, capitulamos.
Pedro obedece à ordem de Jesus. Vai ao alto mar e lança suas redes conforme Jesus ordenara. Às vezes, pode ser que não estamos lançando nossas redes onde e como deveríamos lançar.
Estou usando a figura de “lançar as redes” como que significando obediência e confiança. Obediência, confiança e atitude são o trinômio para nossa vitória, pois nem sempre obediência implica em confiança e muito menos tomarmos uma atitude diante das circunstâncias da vida.
Como resultado, fizeram uma grande pescaria a ponto de quase se lhe romperem as redes.
Devemos estar prontos a lavar nossas redes, não como que desistindo, mas limpando tudo aquilo que pode servir de empecilho para nossa vitória.
O ato de lançar a rede depende de nós. Jesus não lançou a rede por eles.
Jesus deu a ordem e eles entenderam e obedeceram.
Não desista por mais infrutífera que, aos seus olhos, pareça sua vida.
Jesus tem um outro olhar para essa sua situação.
A palavra final ainda não foi dada.
Rev Emir Tavares

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A VONTADE DE DEUS

A VONTADE DE DEUS

“ E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2).

Muito se fala acerca da vontade de Deus, mas muito pouco se sabe. O texto em questão já no v.1 já vem falando em santidade e em culto agradável a Deus. Isso significa que existe muito culto que não agrada ao Senhor. Isso porque não é racional e, ao contrário do que muita gente pensa, significa um culto verdadeiro, um culto espiritual. Racional nesse caso não significa enquadrar a Palavra de Deus à mercê da vontade do homem como que num exercício de meditação transcendental. Não. No culto racional somos impelidos a adorar a Deus como convém, e não de uma maneira doentia como vemos em nossos dias. Existem cultos ditos evangélicos que são uma tremenda ofensa ao Senhor. Culto significa serviço; significa humildade; onde a criatura tem que se submeter espontaneamente ao seu criador.
O Senhor não precisa de nossas lamentações, de gemidos guturais como se através de nosso esforço próprio em demonstrar ares de piedade e espiritualidade, alcançássemos alguma coisa.
No nosso culto a Deus envolve um sentimento de inconformismo com as coisas desse século, ou seja, do tempo que se chama hoje. Inconformismo com as coisas erradas, inconformismo com tudo aquilo que não dignifica o nome do Senhor, ao qual dizemos servir.
Envolve também um processo de “metanóia”, em que todo nosso pensar é renovado, em que tudo aquilo que não foi plantado pelo Senhor é retirado e colocado um renovo. Toda erva daninha é arrancada até a raiz.
Agora sim, estaremos em condições de experimentar a tão almejada boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Como já foi dito por alguém: “Quando aceitamos a vontade de Deus nos tornamos pessoas resignadas, mas quando amamos a vontade de Deus encontramos a Paz!”.
Isso porque sua vontade é boa, agradável e perfeita.
Rev Emir Tavares

domingo, 8 de novembro de 2009

CUIDADO COM O QUE ESTÁ ESCONDENDO!

CUIDADO COM O QUE ESTÁ ESCONDENDO

Já tive a oportunidade de postar a mensagem “Cuidado com aquilo que está mostrando”, e agora posto essa:” Cuidado com o que está escondendo”.
A partir de Jos 7, vemos a história de Acã, cujo nome significa “alto estado de perturbação”.
Logo após a grande vitória sobre Jericó, Acã não resistiu e cobiçou (v.21), a linda capa babilônica bem como moedas de ouro e prata, colocando tudo escondido na terra por baixo da sua tenda.
Conforme a Lei (Dt 13:16), todo despojo (ou anátema) teria que ser queimado em praça pública como oferta total ao Senhor.
Acã conhecia muito bem a lei, mas se deixou levar pela ocasião. A cobiça e a sensação de impunidade falaram mais alto. Por causa desse ato tresloucado, o povo que há pouco saíra vitorioso em Jericó, sucumbe em humilhante derrota perante uma pequena cidade de nome Ai.
Ao clamar Josué ao Senhor, tem como resposta que Israel pecou, furtando objetos condenados e dissimulando.
Agora lanço a pergunta no ar: Por que Acã não se pronunciou logo? Ele teve oportunidade para isso. Para se chegar até ele primeiro tiveram que perfilar todas as tribos do que viria a ser Israel e depois todas as famílias. Para se chegar até ele demandou certo tempo. Tempo oportuno para se pronunciar, se arrepender e pedir perdão. Mas não foi o que aconteceu.
Quando descoberto ele admitiu que pecou contra o Senhor, mas em momento algum pediu perdão a Deus.
Como conseqüência, foi apedrejado e queimado juntamente com seus filhos e filhas e todos os seus animais. Não sobrou absolutamente nada.
O que aprendemos com isso? Aprendemos que tudo que fazemos pode trazer sérias conseqüências para nós, para nossos filhos e para quem estiver ao nosso redor.
Aquela velha história de se jogar tudo para debaixo do tapete, um dia alguém pagará caro por isso. Disso não tenham a menor dúvida.
Cuidado com aquilo que estamos trazendo para nossas vidas, para o interior de nossas “tendas”, quer sejam objetos, pessoas ou negócios escusos.
Todo cuidado é pouco, mesmo estando sob a Graça.
Os princípios da Lei de Deus são imutáveis.
Falei em princípios e não sobre a Lei em si.
Rev Emir Tavares

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O QUE FAZER AGORA?

O QUE FAZER AGORA?

“Alarga o espaço da tua tenda; estenda-se o toldo da tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas” (Is 54.2).
É chegada a hora. O momento tão aguardado enfim chegou: O Senhor deu a ordem para que saíssem do cativeiro babilônico, após setenta anos.
Um momento de expectativa. Um momento de mudanças. E muita gente quando se depara com o novo se assusta. O novo incomoda, pois nos tira de um comodismo e de um estado de inércia. Alguns se tornaram ricos comerciantes e não quiseram voltar para a casa de seus pais, pois duas gerações já haviam passado. Para que me arriscar? Quem me garante que vou me dar bem? O Senhor é a nossa garantia.
O Senhor não abandonou seu povo e o faz sair de cabeça erguida e, tal qual aconteceu no Egito, sai provido de ouro e prata. Muitos ficam incrédulos, pois o que mais ouviram desde que lá chegaram é que ficariam pouco tempo no cativeiro. Só que agora quem fala é o Senhor e não falsos profetas de plantão.
O Senhor lança mão de uma linguagem bem conhecida do povo: a estéril, símbolo de maldição passará a cantar alegremente; a mulher solitária muitas vezes abandonada pelo próprio marido, terá muitos filhos.
A tenda é uma figura bem conhecida que acompanhou o povo no deserto e sinaliza a família bem com a cidade de Jerusalém. O Senhor quer que essa tenda seja bem alargada para que tenha espaço para todos.
Estender o toldo, símbolo de uma cobertura, representando a proteção do Senhor.
Alongue bem tuas cordas; não tendo uma visão míope daquilo que o Senhor tem para essa nova fase de sua vida.
Firma bem as tuas estacas; escolha um terreno adequado para suportar as intempéries da vida; não faça sua casa em terreno arenoso, pois vindo a chuva todo o trabalho de suas mãos cairá por terra.
É tempo de mudanças para aquele povo. É tempo de mudanças para o povo de Deus. É tempo de mudanças para nós.
Que as nossas tendas, os nossos toldos, as nossas cordas e as nossas estacas possam estar firmes e cheios de esperança. Esperança de dias melhores, deixando para trás todo pessimismo, todo comodismo. O Senhor quer que façamos nossa parte. Os suprimentos necessários ele já forneceu.
Não vamos viver uma vida espiritual medíocre com um saudosismo derrotista e que não leva a nada, nem tampouco deixando o tempo passar para ver o que acontece mais lá na frente. Tanto o saudosismo bem como o comodismo são empecilhos para quem quer ter uma relação saudável com o Senhor.
Não coloque empecilhos na sua vida. Tenha muito cuidado com que vai fazer daqui pra frente, não se esquecendo jamais que o Senhor está à frente de tudo.
Existe um provérbio chinês que diz: “O homem é filho do obstáculo”.
Siga em frente. Com Jesus. Sempre!
Rev Emir Tavares

terça-feira, 3 de novembro de 2009

E OS OUTROS ONDE ESTÃO?

E OS OUTROS ONDE ESTÃO?

Boa pergunta, ainda mais se levando em consideração que Jesus sabe o que vai no coração dos homens.
Em Lc 17.11-19, vemos um grande exemplo do que vem a ser ingratidão. Dez leprosos, de longe, estão gritando para Jesus e pedindo que se compadeça deles. Como resposta, Jesus se limitou a dizer para se apresentarem ao sacerdote, sendo que a cura não havia ainda sido operada. E se colocaram a caminho os nove leprosos e, ainda pelo caminho, se viram curados. Jesus não esperou pela cura para mandar que se apresentassem ao sacerdote, como mandava a lei. Jesus falou e na hora eles foram curados e nem tiveram a sensibilidade de voltar para agradecer. E eram judeus. O orgulho, a altivez e a prepotência andam de mãos dadas. Talvez achassem que Jesus não fez mais que sua obrigação ao curá-los. Infelizmente esse tipo de comportamento – a ingratidão – vem se perpetuando ao longo dos tempos. Hoje mais do que nunca através, principalmente, do determinismo e do profetismo, pessoas se exaltam como se fossem o próprio Deus - se bem que o Senhor nunca se exaltou, pelo contrário -, invertendo as posições.
Muita gente no seio evangélico que se apropriam de certas passagens da palavra de Deus e começam a reivindicar seus pretensos direitos. Querem colocar Deus em xeque, afirmando que Ele não pode ir contra sua própria palavra como se fôssemos merecedores de alguma coisa. Não merecemos nada. Tudo é pela graça e misericórdia de Deus.
O ex-leproso samaritano entendeu essa mensagem. E voltou. Voltou para agradecer e dar glória a Deus, com maior entusiasmo ainda. E os outros onde estão? Pergunta Jesus.
E nós onde estamos que não damos a devida glória ao Senhor? Será preciso que se levante uma outra geração, um outro povo escolhido?
Devemos dar glória a Deus nas mínimas coisas de nossas vidas. Só o fato de permanecermos vivos nesse mundo onde jaz o maligno, já é um milagre.
Agradeça pelo seu emprego ou, mesmo, pela falta dele. Agradeça pela sua família, pela sua saúde ou doença, pelo pão nosso de cada dia.
Agradeça pela oportunidade de poder render ao Senhor toda honra e toda glória a que tem direito.
Aprendamos com aquele samaritano que, mesmo sendo um homem discriminado e considerado como cidadão de segunda categoria, voltou.
Às vezes temos que voltar; que recuar, para que possamos dar o próximo passo na vida.
E de preferência com um coração agradecido e jubiloso.

Rev Emir Tavares