terça-feira, 12 de agosto de 2014

ESQUECERAM DO SERVO
“Ora, o filho mais velho estivera no campo; e quando voltava, ao aproximar-se da casa, 
ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. 
E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo” 
                                                     Lucas 15:25-27.
                

 A parábola do filho pródigo é bastante conhecida e muito citada nos nossos púlpitos.
Nela, nós vemos a figura do pai, representando uma figura pálida do nosso Pai que está sempre de braços abertos, esperando a volta de seus filhos à casa paterna.
Vemos também a figura do filho mais novo, o pródigo, que sai de casa, pega precocemente sua parte na herança e vai para o mundo gastar tudo de forma dissoluta e irresponsável.
De igual forma, vemos a figura arrogante, egoísta, insensível do filho mais velho.
Evidentemente que Jesus ao citar aos presentes essa parábola, estava fazendo uma crítica ferrenha aos líderes religiosos da época. Mas, a leitura que pretendo fazer é outra.
Um detalhe fica bem claro: os dois filhos, apesar de estarem na casa paterna, nunca se colocaram na condição de filhos, nunca deram a devida honra a seu pai. 
Isso se assemelha e muito, infelizmente, a muitas pessoas que estão em suas igrejas, são até membros ativos, mas estão ali só fisicamente falando. Seus corações estão bem longe em paragens longínquas.
Será que não estamos nos esquecendo de alguém?
Sim. Nunca falamos sobre o servo que em apenas uma frase curta - pois não poderia falar devido à sua condição de servo - ele demonstra toda a sua alegria com a volta do filho mais novo.
Devemos aprender com a lição que esse servo nos dá. Esse servo valorizava tudo o que tinha, e, na realidade, se comportava como um verdadeiro filho leal que honrava e respeitava seu Senhor.
Que aprendamos a dar valor a tudo aquilo que nos chega as mãos, dando sempre graças a Deus nas mínimas coisa e sabedores que "tudo de bom vem do Pai das Luzes".
Com carinho, e sem querer sair jamais da casa do meu Pai celestial.
 Pr Emir Tavares 

sábado, 2 de agosto de 2014

VIDA E MORTE DE UMA LARANJINHA

Para quem ainda não me conhece o meu nome é Beth. Vivemos em grupo e em famílias que os humanos insistem em chamar de laranjais, mas são nossas casinhas onde vivemos felizes e ao ar livre. Como sou ainda muito novinha me chamam de verde e não desperto muito a atenção e interesse. Sabemos que existem outros lugares iguais a esse e as histórias que ouvimos não são nada boas. Quando maduras, os humanos chegam, apalpam as nossas partes íntimas e levam aquelas que acham prontas para o consumo. Não gostamos de ser consideradas objetos de consumo. Mas ainda é cedo para eu pensar nisso. Tenho muita coisa para fazer e não posso perder tempo com bobagens.
O tempo foi passando e  já sou uma moça, quer dizer, uma laranjinha feita e, modéstia a parte, muito bonita. Que digam os laranjinhos da minha idade.
Numa bela tarde de primavera, eis que tudo mudou. Chegou um enorme caminhão cheio de homens truculentos e começa o ritual de escolha para quem vai nessa leva. Infelizmente chegou a minha vez. Nem precisei ser apalpada e nem avaliada. De um só golpe tiram a minha virgindade me tirando do caule que me prende à minha casa. Juntamente com minhas amigas e parentes somos jogadas em sacos e lançadas, sem a menor cerimônia, no caminhão. Em silêncio e constrangidas, viajamos por horas, até pararmos em um enorme galpão onde somos armazenadas. Todo dia passam em nós uma espécie de conservante químico, onde vamos perdendo a nossa identidade. Tempos depois somos levadas para um lugar que chamam de supermercados e ficamos expostas à visitação pública e começa de novo o constrangimento, onde compradores nos apalpam e nos selecionam. Sou colocada em um saco por uma senhora e levada para uma balança para ser pesada. Logo depois sou levada à força a sua residência e colocada em  uma geladeira. Que frio meu Deus. Logo eu que desde pequenina vivo ao ao ar livre. Sei que meu suplício está por acabar.
Um belo dia, chega uma garoto de uns 10 anos mais ou menos. O seu olhar arregalado e esfaimado não me deixa dúvidas: chegou a minha hora. Lentamente ele vai me descascando e, de um só golpe...não preciso nem continuar. Morri com um solene Nhac!

O moral da história: devemos aprender a respeitar  as coisas mais simples e singelas que se nos apresentam no nosso dia a dia.
Pr Emir Tavares

sexta-feira, 25 de julho de 2014

AS PEQUENAS PEDRAS

São as pequenas pedras que tanto nos incomodam. Ninguém perde seu tempo, ou sua energia física e emocional diante de uma pedreira, pois é algo sabidamente intransponível.
Dentro da cultura judaica existe um ensino precioso: “Aquilo que não podemos mudar, simplesmente deixemos de lado”. O que machuca, o que maltrata, são as tantas e tão valorizadas pedrinhas.
Sabemos que elas machucam. E como... Basta caminhar na areia da praia junto à água do mar. Como é prazerosa a caminhada até que nossos calcanhares comecem a sentir aquela dor fininha e penetrante...
No nosso dia-a-dia não é diferente. Temos que saber enfrentar essas pedrinhas que teimam em nos desafiar. Temos que enfrentá-las de frente. Temos que encarar nossos problemas de frente e nada de ficar adiando coisa alguma, pois, a pedrinha de hoje pode se transformar naquele paredão de amanhã.
Encare as pedrinhas como elas são: pedrinhas. Não as supervalorize. Elas não passam de meras pedrinhas.

Emir Tavares

Chegou o momento tão esperado.
Finalmente juntos, para sempre ... Será mesmo?
Estamos nos tornando uma só carne, um só anseio, uma só vida. Mas, será que é isso mesmo que acontece na prática? Afinal de contas cada um sai de sua casa, de sua zona de conforto no aconchego da família e, juntos, vão construir uma nova vida; uma nova família começa a surgir.
Só que cada um leva dentro de si uma escala de valores que, na maioria das vezes, não condiz com à do outro. E aí como conciliar essas diferenças? Diferenças que devem ser aceitas como tal e, como tal, serem ajustadas ao longo do percurso.
É muito comum, principalmente no início do casamento, os cônjuges discutirem por coisas sem a menor importância. É uma espécie de jogo de poder, de autoridade.Só há um meio de conciliar certas situações, às vezes muito conflitantes: o caminho é pela aceitação.
Procure ver no outro aspectos positivos. Valorize esses aspectos. Procure se interessar de maneira sincera, pelo que aflige o outro; como vai o seu trabalho; quais são seus sonhos e desejos. É de fundamental importância que o casal tenha sonhos e desejos em comum. Interaja um com outro. Dê aquele "presente surpresa". Um mimo, não custa caro e rende muito dividendos no recôndito do amor.
Não seja que nem o piruá, que é o milho da pipoca que não quer estourar, não quer oferecer algo que pode mudar a relação do casal.Não seja egoísta. Abra-se como uma pipoca, quente e saborosa e que não pede nada em troca. A doação é muito importante.
Apegue-se ao seu cônjuge com muito amor e carinho. Certamente um dia você disse que ele(a) era a pessoa mais importante em sua vida. Emir Tavares

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

SOCIEDADE, SOCIEDADE






Sociedade:
Fomos criados para viver em sociedade. No início, é verdade, éramos errantes sem ter onde ficar. Mas havia muita união. Todos em prol da sobrevivência. Não havia lugar para exclusivadades ou privilégios. Tudo era em comum para todos. Éramos errantes, sim. Mas havia muita união. O homem passa a viver em clans e, pouco a pouco, vai se formando a ideia da família ainda que de forma rudimentar. O homem deixa de ser errante e passa a ser sedentário. Passa a ser também mais galante. Agora ele caça e prepara aquele jantar para sua companheira. Após o jantar regado a um bom vinho da época o casal vai fazer amor. Nada daqueles porretes enormes e mulheres agarradas pelos cabelos e arrastadas pelo chão. Isso é folclore. O homem passa a ser sedentário, mas solidário e gentil.  Só que as "novidades" foram aparecendo, como era de se esperar. O fogo já havia sido criado e chega a vez da maior criação de todos os tempos: a da roda. As distâncias começam a se encurtar, culturas diferentes começam a entrar em choque. Já não há mais tanta união assim. Passamos pela Revolução Industrial e tantas outras revoluções: humanismo, iluminisromo, reforma protestante, capitalismo, pós-modernismo, a volta do humanismo só que o homem na condição de homem-Deus visto que a ciência não encontrou as repostas que todos ansiavam. Em decorrência disso, o homem entra em um caos existencial profundo. Crise de diveros tipos e nuances surgem: queda das bolsas, fome, quebra na economia de potências mundias, fenônemos climáticos e proliferação de doenças nunca dantes imaginadas. Retrocesso, egoísmo, edonismo, ruptura da família. Homem isolado, homem cada vez mais desunido. Famílias destroçadas: pai contra filho. filho contra mãe. Alguém há milênios atrás, já previra isso. Mas ninguém deu e dá ouvidos. A ciência se multiplica, o amor esfria na mesma proporção. Aquisição de bens e status é a precupação dominante. Os valores mudaram. O homem está triste e lança mão de um sorriso de plástico, de uma afetivida duvidosa. Seria a morte de Deus como anunciou aquele filosófo? Claro que que não. É a morte do homem. Só que que ele não tem tempo para pensar nisso.
Rev 
Emir Tavares

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

EU NÃO ERA ASSIM




“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”. II Cor 5:17
Eu não era assim e não gosto do que sou e do que faço. Mas, o que ou quem sou? É até difícil de tentar definir. Fácil é saber que muita coisa mudou. Eu me transformei ou fui transformado? As vicissitudes da vida ou, mesmo, seus possíveis privilégios tem algo a ver com isso? Não. Ninguém, nem nada têm participação nessa mudança. Uma coisa eu sei: não queria isso. Quero de volta meus sonhos, minha confiança, minha fé em Deus. Afinal, não dizia que nada podia me separar de Deus? Raciocínio errado e cheio de presunção religiosa. Nada poderá separar o amor de Deus que está em Cristo Jesus, na minha vida. Por mais que passe pelo vale da sombra da morte lá estará o amor de Deus em Cristo Jesus para comigo. Não é o meu amor que está ou poderá estar lá. A ação não parte de mim. Parte do Senhor. Se assim é, trata-se então de um sofisma, ou seja, de um raciocínio falso. Mas não quero que minha relação com o Pai fique em raciocínios. Não posso e não quero me deixar me abalar por problemas, dores, incompreensões, injustiças. Baseado em que posso me sentir tão injustiçado? Injustiça existe desde que o mundo é mundo. Nada de caça às bruxas. Nada de procurar culpados. Todo dia o vejo olhando pra mim quando o espelho fito. Mas esse olhar vai mudar. Minha relação com Deus, em parte, depende de minha atitude. Para o Senhor tudo já aconteceu. Já vivi. Já estou em seu seio. Se as coisas não estão ocorrendo como gostaria, Aleluias e, igualmente, Aleluias por tudo estar indo a mil maravilhas, pois estou aprendendo a viver na abundância e na escassez, na vida e na morte. Como o trigo que para brotar tem que morrer, que assim seja comigo também. Que eu morra para que Cristo viva em mim. Já sei quem eu sou. Sou de Jesus.
Essa bem poderia ser nossa história de amor. Amor com Cristo.
Uma nova criatura,
Rev Emir Tavares